Trinta e oito graus à sombra, debaixo de uma oliveira. Em pleno mês de agosto, assim nos deixámos ficar na zona da piscina, com as espreguiçadeiras espalhadas pelo relvado. A baforada deste calor seco alentejano só se combate dentro de água e com muitos mergulhos. Ao entrarmos no Convento do Espinheiro, que celebra 15 anos, embarcamos também numa viagem no tempo que, em alguns momentos, andará muito, muito para trás. A partir da receção é fácil orientarmo-nos.
Para a direita, “onde tudo acontece”, fica o mosteiro (a ordem dos monges de São Jerónimo que ali habitaram até 1846) e a igreja (demorou mais de um século a ser erguida, de 1458 a 1566), o bar (antigo dormitório), dois restaurantes (o italiano Olive, na antiga cozinha, e o tradicional Divinus, no lugar da adega), o claustro manuelino, a garrafeira (ex-cisterna), a biblioteca e, finalmente, a sala de estar (era o refeitório, ainda tem o púlpito para a oração antes da refeição). Para a esquerda, fica a passagem para o século XXI, com a ala construída aquando da abertura, em 2005, mais outra acrescentada há dez anos.
Aos quartos clássicos somaram-se os da categoria design, mais modernos, espaçosos e pet friendly, 92 no total. Também deste lado acedemos ao spa e ao ginásio, parque infantil, courts de ténis e de padel e à piscina. Diariamente, às cinco da tarde, parte-se numa visita guiada que começa pela suíte D. João II – devoto de Nossa Senhora do Espinheiro e que, reza a lenda, terá aparecido na propriedade por volta de 1400. Subindo ao terraço da suíte, temos uma panorâmica incrível sobre a planície.
O percurso termina com uma prova de vinhos na antiga cisterna, lugar fresco para um brinde descontraído. No lusco-fusco, já com uma leve brisa, num passeio antes do jantar, vale a pena perdermo-nos até encontrarmos a capela Garcia de Resende e uma oliveira com 1 098 anos que, espante-se, ainda dá azeite.

Convento do Espinheiro Historic Hotel & Spa > Canaviais, Évora > T. 266 788 200 > quarto duplo: clássico a partir €160; design a partir €200