A única loja da Castelbel fica no Palácio das Artes, no Porto
Cheira a jasmim branco, a figo e pera ou será, antes, a flores? Há uma multiplicidade de aromas a entrar-nos pelas narinas logo que atravessamos a porta da nova loja da Castelbel, junto ao Palácio das Artes, na Baixa do Porto. Antes, a marca portuguesa de sabonetes e aromas para o corpo e casa, nascida em 1999, em Castelo da Maia – foi esta freguesia da Maia, aliás, juntamente com as iniciais da palavra beleza, que deram nome à marca – teve uma pequena loja no Hotel Infante Sagres, fechada após as obras de alargamento daquele hotel na Praça Filipa de Lencastre.
Pela sua localização, no circuito entre a Ribeira e os Aliados, a nova loja, com dois pisos, é um “piscar de olhos ao turismo” não esconde Aquiles Barros, o engenheiro químico de 68 anos que dividiu toda a sua carreira entre o mundo dos sabonetes e o ensino na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, e é dono de 40% da empresa (os restantes 60% pertencem ao fundo Vallis). “Estamos a apostar tudo nesta loja”, conta, enquanto percorremos as estantes com o portfólio da Castelbel e da Portus Cale – marca de luxo, direcionada sobretudo para a decoração, inicialmente criada a pedido de uma empresa americana.
Entre as últimas novidades, estão as linhas de aromas para a casa Portus Cale Noble Red, com aromas de cedro, rosa e peónia em sabonetes, velas e difusores, e o Portus Caloe Blooming Garden, com cheiro a flores silvestres e a sândalo. A coleção de sabonetes e saquetas perfumadas Olá Portugal, da Castelbel, já vai em 50 cidades e é uma das mais procuradas pelos turistas. Amesterdão, por exemplo, cheira a erva fresca e foi pensada para a abertura do Hotel Pestana Amsterdam Riverside. Mas há inúmeras fragrâncias, entre sabonetes, velas, difusores, papéis perfumados, gel de banho e cremes de mãos. “Escolher bem as matérias-primas e os perfumes”, tem sido, diz Aquiles Barros, o segredo da marca. “Não fazemos sabonetes, fazemos prendas, é o nosso lema”, sublinha.
Na loja, há sempre uma coleção de sabonetes a ser embrulhada à mão
É, por isso que, nesta loja, encontrará sempre alguém a embrulhar sabonetes à mão. O piso superior funciona como uma espécie de showroom da marca, com um armário a toda a parede onde se arrumam várias coleções de sabonetes, sempre embrulhados em papeis coloridos retro, a imitar o azulejo ou símbolos das tradições portuguesas como a sardinha. A partir de maio, neste piso, a marca deverá começar a fazer personalização de sabonetes para os clientes.
Só em 2017, a empresa de fabrico de produtos perfumados de luxo para a casa e corpo produziu cinco milhões de sabonetes, 80% dos quais são exportados para 50 países, com os Estados Unidos e a Ásia a liderarem o mercado. Se pensarmos que um terço do que é produzido na Castelbel se destina a private label (produção para outras marcas, como a Zara Home, e inúmeras unidades hoteleiras em Portugal e no estrangeiro), percebemos como anda espalhada pelo mundo.
A fábrica da Castelbel, em Castelo da Maia tem 180 trabalhadores e cerca de uma centena dedicam-se ao embrulho de sabonetes à mão. Em 2017, a empresa portuguesa registou um volume de faturação de dez milhões, mas, com a construção da nova fábrica – que deverá estar pronta ainda este ano – conta aumentar a produção.

O sabonete com sais marinhos e limão evoca a sardinha portuguesa
Castelbel > Palácio das Artes, R. Ferreira Borges, Porto > T. 22 208 3488 > seg-dom 12h-20h