Nos Armazéns do Castelo, o futuro paira no ar

A frase paira no ar, repetida em vários recantos da loja: “We are thinking about…”. As mudanças nos Armazéns do Castelo, uma casa nascida em 1910, de montras viradas para o edifício da reitoria da Universidade do Porto, já começaram – e as ideias não param. “É um projeto em construção, por enquanto temos uma pequena mostra do que pode vir a ser”, conta Pedro Pinto, um dos administradores da Livraria Lello, ali a dois passos, que comprou os Armazéns do Castelo. Os tecidos e os têxteis para a casa do anterior negócio ainda por lá continuam, como noutros tempos, acrescentando-se-lhes agora uma seleção de produtos portugueses com história, memória e qualidade, a pensar nos turistas que todos os dias passam pela Rua das Carmelitas.
Quem chega, só percebe a ligação à Lello por causa da venda do seu merchandising e de alguns livros. No futuro, a intenção é fortalecer a ligação com a livraria, o que pode passar pelo simples acolhimento de eventos culturais ou ir muito mais longe. O potencial dos Armazéns é inegável, com uma sala gigantesca ao fundo, onde poderá surgir (como já foi veiculado), um auditório, um espaço museológico da história do livro ou uma sala de leitura livre. Por enquanto, recebe as instalações e a exposição de Alexandre dos Santos. Foi ele, aliás, o responsável pela decoração, recorrendo aos materiais encontrados pela loja para uma intervenção criativa nas montras e nos tetos, cobertos de painéis de tecidos. O piso de madeira exibe ainda a intervenção artística de Francisca Tenreiro e, a um canto, está um piano para quem quiser tocar. O mobiliário com enormes prateleiras foi mantido, expondo artigos tão distintos como brinquedos de madeira, sabonetes da Ach Brito, bolachas da Paupério, chocolates da Equador ou cadernos da Rosa com Canela.

Armazéns do Castelo > R. das Carmelitas, 166, Porto > T. 22 200 3874 > seg-sáb 10h-19h30