De Arouca ao Porto são pouco mais de 60 quilómetros, mas a distância pode demorar uma hora. Fazendo jus ao velho ditado “se a montanha não vai a Maomé…”, Jorge Bastos decidiu trazer os Doces Conventuais de Arouca até à Baixa do Porto.
“Arouca é uma vila pequena onde o turismo é sazonal, e o mais difícil é manter este negócio sustentável”, diz Jorge, um dos responsáveis deste projeto de família, herdado do pai, Manuel da Silva Bastos (que criou alguns doces, já lá vamos), e antes disso, da avó e da tia-avó, esta última afilhada de uma das últimas monjas do Mosteiro de Santa Maria de Arouca, que dali trouxe as receitas.

A confeitaria e salão de chá com uma bonita mezzanine, gradeamento dourado e uma escada em caracol, abriu em meados de dezembro, a poucos metros da Avenida dos Aliados, “para dar a provar aos portuenses e a turistas os doces conventuais de Arouca”, reforça Jorge Bastos. E olhando para a vitrina, o mais difícil será escolher.
Feitos sobretudo à base de ovos, açúcar e amêndoa, destacam-se as castanhas doces (€0,70), a invulgar morcela doce – primeiro estranha-se, depois entranha-se (€2,50, o único doce que não leva ovo) –, os charutos de amêndoa envolvidos numa folha de hóstia (€2), o Pão de São Bernardo (um pão doce que leva farinha, açúcar, ovo, manteiga e canela, €5-€18) e as barrigas de freira, estas servidas num frasco para comer à colher (€11).
Além dos doces conventuais, há outras criações mais recentes, da autoria do pai de Jorge Bastos, como as parideiras (uma homenagem ao fenómeno geológico das pedras parideiras na serra da Freita, €1,50), as roscas de amêndoa (€1,50) ou o doce de chila (€3,50 a fatia). Para complementar esta montra gulosa, ainda se encontram os licores artesanais Pinguça e Saideira, além de mel de Arouca. Tudo vindo diretamente daquela vila.

Doces Conventuais de Arouca > R. Dr. Artur Magalhães Basto, 12, Porto > T. 91 215 6942 > seg-dom 10h-20h