Quando abriu, em agosto de 2022, o Planto apresentava uma ementa descomplicada, com inspirações de vários cantos do mundo. Passou-se cerca de ano e meio, e hoje quem entrar no restaurante vai encontrar uma carta de raiz portuguesa. “Sempre funcionou bem, mas faltava algo. Percebi que quem não estava feliz era eu”, desabafa o chefe de cozinha Vítor Adão.
“Para esta mudança, fui buscar as minhas raízes à aldeia de Carvela, em Trás-os-Montes, mas também a outros sítios por onde vou passando”, adianta. E há muitas coisas novas e boas para descobrir neste “novo” Planto. Algumas estão bem visíveis nas paredes, como a faca de mariscador de António Caboz, de Olhão, a foice de Amândio Gomes, de Carvela, a cinta de forcado de João Videira, da Azambuja, entre outras peças oferecidas por amigos e clientes.
Já as alterações principais exigem que nos sentemos à mesa, claro. Todos os dias, há pratos fixos, servidos em travessas e pratos em barro, confecionados tanto por Vítor Adão como pelo chefe-executivo Mateus Freire. “A ideia é ter comida portuguesa de todo o País. Vou usar lenha também na cozinha para os grelhados”, diz o chefe transmontano.
A semana começa com espetada em pau de louro (€16) e jaquinzinhos com arroz de feijão (€14). À terça, há arroz de pato à antiga (€14) e açorda de camarão (€18); à quarta serve-se feijoada à transmontana (€16) e arroz de tamboril (€20); à quinta, frango com ervilhas, ovos escalfados e puré de batata (€14) e lulas recheadas com batata frita (€16), e sexta é dia de alheira, grelos e batata à murro (€14) e de bolinhos de bacalhau e arroz de tomate (€14). Aos sábados, brilha o cabrito assado (€27,50) e o bacalhau à Narcisa (€23), e aos domingos há cozido farto e rico (€30) e filetes de polvo com arroz de tomate (€14).
Às sugestões fixas, juntam-se a costeleta de vitela barrosã (€70/kg), o arroz de polvo ao momento (€22) e a posta de vitela (€25). “São os pratos da minha vida, os que mais gosto de comer e de servir. As feijoadas, os cabritos, os cozidos, o bacalhau, todos eles são transversais ao País. Hoje em dia, consegue-se ter bom peixe em Chaves como em Sesimbra”, afirma Vítor Adão. No passado, quando lhe perguntavam o que era o Planto, explicava que era um sítio para tomar o pequeno-almoço, almoçar, lanchar ou jantar. “Agora sei o que responder: é um restaurante de comida portuguesa que inclui estas refeições todas.”
Planto > R. da Boavista, 69A, Lisboa > T. 93 838 1922 > seg-dom 9h-1h