Da cozinha do Bica-San, tanto sai uma patanisca (base de ovo, couve-coração e pimentos), miaki, bacalhau curado e ovo a cavalo como um verdíssimo arroz gohan, com grelos de nabo e berbigão, de textura cremosa, a fazer lembrar o risotto, ou o yakitori de plumas de porco preto (umas pequenas espetadas), nabo de Tokyo e amêndoa. Uma combinação diferente de sabores, que junta as cozinhas portuguesa e japonesa. Bruno Antunes é o chefe responsável pela carta. “Em Londres, onde estive por vários anos, inclusive com o chefe Nuno Mendes, trabalhei muito com técnicas e ingredientes japoneses.”
Na carta, disponível durante todo o dia, cabe ainda um dashi de verão, com morangos, tomate e algas, e um donburi de atum dos Açores, alga wakame e wasabi ralado, sugestões que refletem o espírito do Bica-San. “Celebrar a ligação histórica entre estas duas culturas à mesa”, dizem Bernardo e Duarte d’Eça Leal, fundadores do grupo Independente.
Abrir um projeto ligado ao Japão fazia parte dos planos dos irmãos Eça Leal, agora concretizado no novo hotel Independente Lisboa-Bica, na Rua de São Paulo, cuja entrada é a sala do restaurante, com a cozinha a entrever-se por trás do balcão. Painéis de madeira clara a meia altura, tapetes, sofás de tecido suave e almofadas recebem os clientes portugueses e estrangeiros, que por aqui se têm cruzado de dia e de noite. O Bica-San abre logo as oito da manhã. Às primeiras horas do dia, serve-se o pequeno-almoço, à carta ou num menu japonês, com morangos com shiso, pão de leite grelhado com creme de matcha ou tosta de queijo Grande do Viso, com kimchi e ovo cocotte (também há uma versão continental).
À quinta-feira, ao final do dia, as Bica Sound Session dão palco a artistas de rua, que atuam na vizinhança. Com curadoria da produtora cultural Ana Vulcão, estas iniciativas ao vivo convidam a comunidade local e os hóspedes a reunirem-se e a conviverem.
Bica-San > R. de São Paulo, 93, Lisboa > T. 91 230 2914 > 8h-11h (pequeno-almoço), 11h-12h30 (bar), 12h30-22h30