Há muito que o madeirense João Figueira da Silva, 30 anos, e a mulher, a arquiteta brasileira Luna Brandão, fermentavam a ideia de abrir um restaurante na Rua de S. Bento da Vitória, no Porto, inspirado no negócio de pão de massa mãe ao qual se tem dedicado nos últimos dois anos.
As portas do Farro (o mesmo nome da padaria) abriram-se em meados de fevereiro, onde outrora existiu uma taberna (mantiveram-se os azulejos e a pedra na parede), com capacidade para 16 pessoas. “O menu conta a minha trajetória, com influências da Madeira, do Alentejo e do Brasil”, diz-nos o chefe que trabalhou na Herdade do Esporão. Antes disso, esteve no 1300 Taberna (Lisboa) e em restaurantes no Rio de Janeiro (Lasai) e São Paulo (Corrutela, Tuju e Mangiare). Mas viajemos pela carta.
Da cozinha madeirense, prova-se o milho frito (versão com mandioca, €4), o escabeche de mexilhão (a lembrar o atum em escabeche, €4,50), o caco sandu (bolo do caco de fermentação natural recheado com tempura de cogumelo coleslaw, onde poderá vir a entrar o filete de peixe-espada preto, €8,50), croquetes de chambão e salpicão, e a corvina com couve-flor, molho manteiga e mexilhão (€16). À sobremesa, o bolo de mel (com mel de cana, noz e segurelha, €5,50) ou a rabanada madeirense (com vinho Madeira, €5) levam-nos até à ilha. Já do Brasil vem o pão de queijo recheado com carne de vaca a desfiar e ovo de codorniz (€9), a farofa de alho que acompanha a bochecha de porco (€15) e o Fideuá (aletria tostada no forno com joelho de porco prensado, €27/duas pessoas).
João Figueira da Silva serve ainda outros pratos “fora da caixa”: moelas numa versão japonesa (marinam 24 horas em miso) ou o farroto (grão de trigo integral cremoso com pickles caseiros, €14). Tudo acompanhado com vinho de pequenos produtores e pão de fermentação lenta que, já se sabe, nunca falta à mesa.
Farro > R. S. Bento da Vitória, 80, Porto > T. 96 661 7195 > ter-qui 12h30-15h, sex-sáb 12h30-15h, 19h-22h