SEGUNDA
1. O Jacinto, Lisboa
Nesta época do ano, todas as segundas-feiras, como é habitual, há cozido à portuguesa no restaurante O Jacinto, aberto há mais de cinco décadas na zona antiga de Telheiras. Preparado pela cozinheira de mão-cheia Conceição Silva, é servido ao almoço, com carnes de porco, vaca e frango, couve-portuguesa, couve-lombarda, cenoura, nabo e batata. A acompanhar, não faltam o chouriço de carne e de sangue, a morcela e a farinheira. Para garantir mesa (e o devido repasto!), aconselha-se a reserva de mesa antecipada. Av. Ventura Terra, 2, Lisboa > T. 21 759 1728 > seg-sex 12h-15h, 19h-22h, sáb 12h-15h > €18,50/pessoa
TERÇA
2. Adega Tia Matilde, Lisboa
O cozido serve-se em doses generosas, e com tudo o que temos direito, n’Adega Tia Matilde. O nome é uma homenagem à avó de Isabel e de Matilde, atuais gerentes da casa fundada em 1926 pelos pais de Emílio Andrade, exímio contador de histórias e na arte de bem receber, que morreu este verão. Às terças-feiras, as travessas enchem-se com carne de vaca, entrecosto, toucinho, chispe, morcela, farinheira e chouriço, que acompanham com arroz, cenoura, couve (lombarda e portuguesa) e batata. Fica a dica: uma dose dá para duas pessoas partilharem. R. da Beneficência, 77, Lisboa > T. 21 797 2172 > seg-sex 12h-16h30, 19h30-22h30, sáb 12h-16h30 > €13/meia dose, €18,50/dose
QUARTA-FEIRA
3. Casa Nanda, Porto
Mesmo depois da renovação da sala no ano passado, a Casa Nanda (1978) manteve a tradição de servir o cozido sempre à quarta-feira. “As carnes [vitela, vazia, frango caseiro] vêm de Trás-os-Montes e são salgadas tal e qual como antigamente”, conta-nos Rosária Sousa, filha de Fernanda Sousa, a proprietária há mais de 40 anos deste restaurante tradicional do Porto. Também os enchidos (morcela, chouriça de vinho e de colorau, farinheira) são transmontanos. Já os legumes (couve branca, cenoura, nabo, batata) são comprados no Mercado do Bolhão. O cozido é servido ao almoço e ao jantar às quartas. Mas convém reservar. R. da Alegria, 394, Porto > T. 22 537 0575 > ter-sáb 12h30-15h, 19h30-22h, dom 12h30-15h > €20/meia dose, €39,50/dose
4. Solar dos Presuntos, Lisboa
Os apreciadores habituais já sabem que as quartas-feiras são dias de saborear o cozido no Solar dos Presuntos, junto ao Elevador do Lavra, reaberto a 24 de agosto, após profundas obras de ampliação. Neste restaurante de cozinha de base portuguesa e expressão minhota, o prato robusto, que ganha o nome de cozido à minhota, inclui todas as iguarias de um verdadeiro cozido, onde não faltam as boas carnes, os enchidos e os legumes. R. das Portas de Santo Antão, 150, Lisboa > T. 21 342 4253 > seg-sáb 12h-15h, 18h30-22h30 > €23/dose
5. O Rápido, Porto
A partir da próxima quarta, dia 16, a época do cozido abre no restaurante O Rápido, existente há 77 anos, ao lado da Estação de São Bento. O repasto, feito pela cozinheira Rosa Mendes, leva carne de porco e de vitela (não inclui frango), vários enchidos transmontanos e legumes. Quem queira, pode levá-lo para casa em take away. R. da Madeira, 194, Porto > T. 22 205 4847 > seg 12h-15h, qua-sab 12h-15h, 19h-21h30 > €25/duas pessoas
QUINTA-FEIRA
6. Varanda de Lisboa, Lisboa
É da autoria do chefe de cozinha Vítor Sobral, o cozido à portuguesa que se pode saborear no restaurante Varanda de Lisboa, no oitavo piso do Hotel Mundial, no Martim Moniz. Bastante apetecido nos dias de frio, o prato faz parte da sugestão do dia, todas as quintas-feiras, à hora do almoço (12h30-15h). Chega à mesa num carrinho, em diversos tachinhos, e é servido com toda a amabilidade e simpatia. O arroz feito com o caldo do cozido (há também sopa do cozido), as couves cozidas no ponto certo, as carnes variadas e os enchidos gulosos fazem desta refeição que reconforta até a alma. Pç. Martim Moniz, 2, 8º andar, Lisboa > T. 21 884 2000 > seg-dom 12h30-15h, 19h30-22h30 >€24 (inclui entrada, prato principal, sobremesa e um copo de vinho)
7. Os Courenses, Lisboa
Com direito a dois dias fixos na ementa, o cozido n’ Os Courenses, aberto desde 1992 no bairro de Alvalade, é servido todas as quintas e sábados, à hora de almoço. A contar pela afluência de clientela que ali se junta para saborear este prato, o melhor é reservar mesa para não perder a oportunidade. À exceção da carne de frango, o cozido d’Os Courenses leva tudo: orelha, unha, carne de vaca, farinheira, orelha, entrecosto, feijão, hortaliça, batata, nabos e cenoura. R. José Duro, 27D, Lisboa > T. 21 847 3619 > seg-sáb 12h-15h30, 19h-22h > €16/meia dose, €26/dose
8. Provinciana, Lisboa
Nesta tasca familiar, na Baixa lisboeta, gerida desde 1988 por Américo Dias Fernandes, serve-se cozido à portuguesa, seja no verão seja no inverno, quase desde o início. Rodeados por dezenas de relógios em madeira, um dos hobbies do proprietário da casa, os clientes podem saborear diferentes carnes de vaca e de porco, galinha, enchidos (farinheira, chouriço de sangue e de carne, morcela), batata, couve lombarda, nabo e cenoura. “Só há dose única, mas têm que vir com apetite e comer bem”, avisa Amércio Dias Fernandes. Tv. do Forno, 23, Lisboa > T. 21 346 4704 > seg-sáb 12h-15h30, 19h-22h >€6,95
9. Restaurante Antunes, Porto
Aviso prévio: se quiser saborear o cozido neste restaurante nascido em 1965, na Rua do Bonjardim, no Porto, convém reservar mesa para o almoço. É que o repasto, com fama longa, costuma esgotar e “raramente sobra para o jantar”, diz-nos a matriarca da casa, Maria Luísa Teles Pinheiro, 79 anos. A receita é a mesma de antigamente, do tempo em que abriu o restaurante aos 21 anos com o marido, António Antunes Fernandes. Carnes de porco e vaca, enchidos de Montalegre, couve-coração, nabo, batata, cenoura e arroz branco (feito com o caldo do cozido) chegam à mesa ainda a fumegar. “As carnes levam um tempero especial que começa a ser feito dois dias antes”, vai dizendo Maria Luísa. Talvez seja este o segredo do cozido à portuguesa que a juntar ao pernil e às rabanadas têm dado fama (e proveito) ao restaurante. R. do Bonjardim, 525, Porto > T. 22 205 2406 > seg-sáb 12h-15h30, 19h-22h > €22/duas pessoas
10. O Ernesto, Porto
Às quintas, mal baixam as temperaturas, os clientes d’O Ernesto, um dos restaurantes mais antigos do Porto (de 1968), já sabem que é dia de cozido. Reinaldo Pereira, o proprietário, conta que o prato é feito como antigamente: legumes frescos (penca, nabo, cenoura, batata, feijão branco) que vêm dos produtores da Póvoa de Varzim, carnes (naco de vitela, chispe, orelheira e, por vezes, frango) e fumeiro transmontano. O cozido chega à mesa com arroz a acompanhar. R. da Picaria, 85, Porto > T. 22 200 2600 > seg 12h-15h, ter-sáb 12h-15h, 19h30-22h > €16/dose
SEXTA-FEIRA
11. XXL by Olivier, Lisboa
Além dos pratos clássicos servidos ao jantar, como o bife Café Paris e os soufflés de peixe e de camarão, Olivier da Costa criou uma ementa de almoços, com pratos pensados para cada dia da semana, com a bebida como cortesia. Sexta-feira foi o dia escolhido para servir o cozido à portuguesa à moda do Olivier, um prato que faz lembrar “comida de abraço de mãe”. Cç. da Estrela 57, Lisboa > T. 91 180 7513 > seg-dom 12h30-15h, 19h30-1h > €28 (inclui couvert, prato e bebida)
12. Solar do Moinho de Vento, Porto
O restaurante, com raízes que remontam ao início do século, acaba de reabrir depois de uma renovação na sala de cima. Na carta, entre os pratos tradicionais portugueses, o cozido continua a ser servido às sextas-feiras ao almoço. “É raro sobrar alguma coisa para o jantar”, diz-nos Pedro Bessa Monteiro, proprietário do Solar do Moinho de Vento vai para mais de 20 anos. “As carnes têm uma ordem de entrada na panela. Os enchidos são do Barroso, a farinheira e alheira de Baltar, tal como os legumes”, descreve. Tudo preparado ao lume e com paciência, pelas mãos da cozinheira Lucília Moreira, mais conhecida por dona Cila. R. Sá de Noronha, 81, Porto > T. 22 205 1158 > seg-qui 12h-15h, 19h-22h, sex-sáb 12h-15h, 19h-22h30 > €16/meia dose, €30/dose
13. Rogério do Redondo, Porto
O repasto não tem dia fixo neste restaurante tradicional de Rogério Sá, na Baixa do Porto. Mas quando aparece na carta, é quase sempre às sextas-feiras (como acontecerá nesta semana, dia 11) e de quinze em quinze dias porque Rogério Sá, o proprietário, gosta de ir escolher pessoalmente os ingredientes a Bragança. “O segredo está na qualidade das carnes”, aponta. Entrecosto, ossos da assuã, vaca, cabeça de porco, tudo é salgado e preparado no restaurante. Juntem-se os enchidos transmontanos, os galos caseiros de Amarante, os legumes e, mais adiante, as casulas do butelo, e está explicada a razão pela qual merecerá a espera da entrada do cozido na carta de uma qualquer sexta-feira nos próximos meses. R. Joaquim António de Aguiar, 19, Porto > T. 22 536 2215 / 91 995 0657 > ter-sáb 12h-15h, 20h-22h30, dom 12h-15h > €53,50/dose, para partilhar
SÁBADO
14. Tasquinha do Lagarto, Lisboa
Nesta altura do ano, o cozido à portuguesa é um dos pratos mais pedidos na Tasquinha do Lagarto, em Campolide, especializado em cozinha tradicional portuguesa. Servido à quarta e ao sábado (o dia mais concorrido), à hora almoço, em meia dose e dose completa, tem todos os ingredientes que se desejam: carnes (orelha, chispe, toucinho, entrecosto e vaca), hortaliças e enchidos de várias regiões do País. “De todos, destacamos o chouriço de cebola, um enchido típico de Ponte de Lima, a nossa terra, que lhe dá um gosto especial”, frisa Ricardo Rodrigues, um dos responsáveis pela casa. Também o arroz que acompanha tem um toque de especial, mas, segundo Ricardo, a cozinheira não deixa revelar o segredo. Vale a pena ir descobrir. R. de Campolide, 258, Lisboa > T. 21 388 3202 > ter-sáb 12h-15h30, 19h30-22h > €8,50/meia dose, €17/dose
15. Bistro 37, Lisboa
Servido em versão buffet, ao sábado, o cozido do Bistro 37, na Avenida da República, destaca-se pela variedade de carnes oriundas de diversas regiões do País, entre elas, porco bísaro de Trás-os-Montes, porco alentejano, vaca minhota e barrosã, às quais se juntam os fumeiros de Trás-os-Montes e os diferentes legumes. “Inspirei-me neste cozido como um cozido de Portugal e das suas várias localidades de norte a sul, inclusive ilhas. Trouxe um pouco da cultura de cada região e os seus vários produtos e ofereço-os num momento só”, explica Natanael Silva, chefe executivo do grupo Mercantina. Ao buffet de cozido, o chefe acrescenta todas as semanas uma novidade: neste sábado, 12, destaca-se o inhame das ilhas e a vitela dos Açores. Também incluído no preço, está ainda a sopa do cozido e o arroz que mistura os vários caldos dos legumes e dos enchidos. Av. da República, 37, Lisboa > T. 91 913 4014 > seg-qui, dom 12h15h30, 18h30-21h30, sex-sáb até às 22h > €24 (não inclui bebidas)
16. A Cozinha do Martinho, Porto
“No ano passado, tivemos cozido até junho”, lembra Branca Pereira, a proprietária que gere o restaurante da família na Rua Costa Cabral, no Porto. A procura pelo prato da cozinha tradicional portuguesa é tal que é servido todos os sábados e domingos, e também em takeaway. “Ainda no último fim de semana, comeram o nosso cozido em Vila Nova de Famalicão. É um orgulho para mim”, conta. O segredo, diz, são os mesmos fornecedores de sempre, de Vila Real a Montalegre. “É um cozido muito rico que leva muita coisa. Dá muito trabalho, por isso as pessoas preferem vir buscá-lo já pronto.” Para sobremesa, conte sempre com as rabanadas, igualmente famosas. R. de Costa Cabral, 2609 > T. 22 496 1859 > ter-sáb 12h-15h, 19h-22h, dom 12h-15h > €36/dose
DOMINGO
17. O Nobre, Lisboa
Domingo é sinónimo de cozido à portuguesa n’O Nobre, o restaurante de Justa Nobre perto do Campo Pequeno. Nesta altura do ano, chovem chamadas a perguntar se já começou a época do cozido à portuguesa (normalmente, entre setembro e junho). E a resposta é positiva: o famoso cozido da chefe transmontana voltou a ser servido em versão buffet. “Apesar de trabalhoso, dá-me muito gozo fazer e, sobretudo, ver as pessoas a matar saudades e a dizerem que era mesmo o que lhes apetecia”, regozija-se.
Quando Justa Nobre diz que “leva tudo” o que temos direito, essa afirmação inclui muita coisa: vitela da raça cachena, criada no Alentejo, entrecosto bísaro, orelha, chispe, rabinhos de porco, batata (incluindo a doce), nabo, cenoura, feijão branco, couve e enchidos da Beira. E ainda o arroz de farinheira, para acompanhar. “Aceito pedidos, posso pôr mais farinheira, por exemplo, ou mais da carne preferida.” Tudo para agradar aos seus clientes, a maioria amigos da casa. Av. Sacadura Cabral, 53B, Lisboa > T. 96 982 5279 > seg-sex, dom 12h30-15h, 19h15-23h, sáb 19h15-23h> €30/dose
18. Restaurante Líder, Porto
Neste restaurante, nascido há mais de 30 anos, sempre se serviu cozido à portuguesa. Assim que chegam os dias frios, Manuel Moura, o proprietário, trata de encomendar os melhores enchidos e as carnes frescas para servir o repasto nos almoços de domingo, de quinze em quinze dias (alterna com o cabrito). “É um prato que dá muito trabalho, temos que o começar a preparar três dias antes”, conta. As carnes fumadas (salpicão, orelheira, pernil, bacon…) são trazidas de Trás-os-Montes, de Boticas, tal como os três tipos de chouriços: de massa pimentão, carne e vinho. Já as carnes frescas (toucinho de porco, nispo de vitela, costelinhas de porco raspadas e galinha) vêm da zona de Baião e de Marco de Canavezes. Os legumes – couve tronchuda, batata e nabo – são oriundas dos campos da Póvoa de Varzim. O cozindo acompanha com arroz branco, feito com salpicão e alho, e chega à mesa numa terrina “para que o cliente se sirva à vontade”. “É um prato de conforto, de família e que tem de ser servido quente”, avisa Manuel Moura. Al. Eça de Queirós, 120/130, Porto > T. 22 502 0089 > seg-sáb 12h-15h30, 19h-22h30, dom 12h-15h30 > Próximo dia de cozido: 20 nov, dom, ao almoço > €49,50/duas pessoas