As nossas memórias costumam ser seletivas. As da mulher que passou metade da vida a posar para as câmaras conseguem ser muito mais. Melania, título da autobiografia da eslovena nascida há 54 anos em Novo Mesto (então parte da Jugoslávia), foi para as livrarias a 8 de outubro, mas a autora, nas semanas anteriores, recorreu às redes sociais para promover a obra e criar enormes expectativas.
Em primeiro lugar, por vir dizer aos seus 7,4 milhões de seguidores que era a favor da interrupção voluntária da gravidez, ao arrepio do que defende o marido, o Partido Republicano e o Supremo Tribunal (que concedeu aos estados o direito de legislar como lhes apraz, acabando com uma prerrogativa que vigorou entre 1972 e 2022): “É imperativo garantir que as mulheres tenham autonomia para decidir se querem ter filhos, com base nas suas convicções, livres de qualquer intervenção ou pressão por parte do Governo.”