Nos últimos tempos, Vítor Adão, 32 anos, começou a questionar-se porque não trabalhar os bons produtos que usa no seu restaurante de autor, o Plano, no bairro lisboeta da Graça, de uma forma mais simples e com técnicas menos elaboradas. Um pensamento que foi ganhando consistência e que ele resolveu pôr em prática no Planto, aberto no dia 13 de agosto, num edifício renovado da Rua da Boavista, perto do Cais do Sodré.
Na cozinha, o chefe transmontano conta com a ajuda de Bruno Ortiz, para levar à mesa uma ementa descomplicada, sem necessidade de grandes explicações, servida a qualquer hora do dia. “Queria ter algo mais descontraído e fácil tanto de fazer como de saborear”, afirma Adão. Por este motivo, não há menu de degustação: “Quero apenas que as pessoas comam bem e se divirtam e, no final da refeição, paguem 20 euros, e não cento e tal.”
No Planto, com cozinha a funcionar das nove da manhã às onze da noite, é possível pedir desde um pequeno-almoço fora de horas a uma refeição com mais substância, bem como um dos cocktails ou um dos vinhos naturais biológicos da carta.
O ceviche de lírio açoriano com leite tigre, batata-doce de Aljezur, abacate, coco, picante e amendoins (€12,50) tem inspiração nipo-peruana. “Não uso apenas cítricos, acrescento também as especiarias”, diz Vítor Adão, que aposta cada vez mais neste condimento e nos fermentados. Também no prato de pickles caseiros (€2,75) de pepino, morango, couve-flor e espargos sobressai a simplicidade do produto. “Aqui, a ideia é pegar em ingredientes incríveis dentro da sua época, conservá-los e servi-los fora da sua altura.” Também o grão-de-bico de Trás-os-Montes com tahini, burrata e duas abóboras (menina e hokkaido), coco, mel de Boticas e azeite alentejano (€10) é de prova obrigatória. Nas sugestões de pequeno-almoço e de brunch, destacam-se os ovos (mexidos, escalfados, omeleta, entre outros), as panquecas, os waffles e as tostas, que podem ser pedidos a qualquer hora do dia, sem que isso atrapalhe o serviço na cozinha. Sem grandes complicações, portanto.
Planto > R. da Boavista, 69A, Lisboa > T. 93 838 1922 > seg-dom 9h-23h