Atrasados, em relação à hora combinada, com o estômago a pedir por sustento, chegamos ao restaurante Ofício, no Chiado, em Lisboa, por volta das 15h30. E é então que suspiramos de alívio, afinal o restaurante não encerra entre refeições. Com a devida rapidez, apresenta-se na mesa a primeira iguaria: um (surpreendente) torresmo crocante (€5) que, sem demoras, vamos saboreando com um copo de vinho branco fresco.
O Ofício acaba de reabrir ao fim de vários meses e, apesar de manter o nome, é um restaurante totalmente novo – por ali gostam de chamar de tasco atípico.
A nova ementa tem a criatividade do chefe Hugo Candeias, que trabalhou com Albert Adriá (quem fica a liderar a cozinha é Rodolfo Lavrador, que esteve com Nuno Mendes, no Mãos, em Londres). À mesa, começamos por saborear uma salada de tomate (€5,50), o taco vegetal de mar (€7,50) e ainda uma casca com recheio de santola do Algarve (€17,50), três entradas da ementa “dinâmica, totalmente diferente da anterior, virada para o produto”, explica Hugo Candeias. À raia, um produto raro de encontrar nas cartas dos restaurantes, o chefe juntou um molho de ervas, deixando-a apetitosa.

Nesta altura, mais do que satisfeitos por tudo o que passou no prato, eis que chega o arroz de forno à antiga (€18) para nos arrebatar. De tão guloso que é, torna-se difícil parar de comer este arroz de enchidos, feito com um refogado que levou cinco horas e três caldos diferentes. No final, faltou experimentar a já famosa tarte de queijo basca (€25/inteira) da autoria do chefe. Para nosso azar, estava esgotada, mas na próxima visita, não nos escapa. Antes de virmos embora, ainda há tempo para deitar o olho à barra de ostras, junto à janela, e à esplanada, do outro lado da rua pintada de azul.

Ofício > R. Nova da Trindade, 11, Lisboa > T. 91 045 6440 > ter-sex 12h30-22h, sáb 12h30-15h30