“O cheiro da comida, especialmente das especiarias, faz-me lembrar a minha avó Sumaya e o país onde nasci”, conta Tarek Mabsout, 36 anos. Não é, pois, de estranhar que, quando decidiu abrir um restaurante em Lisboa, especializado em cozinha libanesa, tenha escolhido o nome da matriarca. “É uma avó muito tradicional e que cozinha muito bem”, elogia-a ainda, recordando a mistura de sabores dos seus pratos, dos quais mata saudades sempre que a avó vem a Lisboa, de visita.
“Queremos representar a cozinha tradicional libanesa, aquela que se come nas ruas de Beirute”, resume o libanês que chegou com os pais a Portugal, em 1989, com apenas 7 anos, numa altura em que o Líbano estava a sair de uma guerra civil. “Lá, enchemos a mesa por três vezes durante a refeição. Primeiro, com as mezzes (petiscos, em português) frias, depois com as mezzes quentes e, por fim, com os pratos principais”, explica. Antes de prosseguirmos, tomamos também nota de um pequeno glossário: tahini (pasta de sésamo), zaatar (mistura de segurelha seca, sementes de sésamo e sumac), sumac (especiaria árabe, de sabor cítrico) e burgul (grãos de trigo, muito usados na cozinha do Médio Oriente).
No dia da nossa visita, o chefe de cozinha decidiu testar novos pratos, por isso não estranhe se estes não constarem da ementa, numa futura visita. Foi o caso do húmus de cor vermelha, feito com beterraba, uma das primeiras inovações a chegar à mesa (garantido é o húmus original, feito com pasta de grão-de-bico com tahini e limão/€6). Já os falafel (4 unidades/€7), as bolinhas de grão e de favas com especiarias, servidas com tahini e pickles, e a fatayer (nome para as empadas de espinafres com limão, azeite e sumac, 4 unidades/€6), e a baba ghanoush, de beringela com tahini, limão e romã (€6), seguem todos a receita tradicional. A salada de frango (€12), com espetadas de frango, tomate, alface, cebola, milho e zaatar, e a shawarma (€13) de borrego e de vaca, ou só de frango, completam a lista de pratos mais apreciados pelos libaneses, na qual constam ainda as espetadas de carne grelhadas. “Tudo o que está nesta ementa faz parte das memórias da minha infância”, diz Tarek Mabsout, enquanto mata saudades do seu país num copo de sumo de amora, com gelo picado.
A refeição pode acompanhar-se com vinhos de origem libanesa, na sua maioria de castas francesas cultivadas no vale do Beca, o coração verde do Líbano. “Somos mais interessantes nos tintos”, diz Tarek Mabsout, do Sumaya, justificando a seleção
Sumaya > R. da Escola Politécnica, 40, Lisboa > T. 21 347 0351 > dom-qui 12h-16h, 19h30-23h, sex-sáb até às 24h