Je ne sais quoi – que, no título destas linhas, com boa-vontade, traduzimos para português como “não sei bem o quê” – é uma boa expressão para falar do Optimista e assim tentar explicar o que tem de especial o restaurante do Cais do Sodré. Está na moda e, ao mesmo tempo, não está. Tem uma decoração chique e elaborada, embora não em demasia. A cozinha é sofisticada, mas apenas quanto baste.
A carta – alterada em função do “mercado” e não tanto das estações, como explicam os três sócios do Optimista, Rita Andringa, Filipe Rocha e Pedro Ventura – continua a ser dominada pela gastronomia portuguesa, com uma ou outra incursão por outras cozinhas. Tudo com bom senso e muito bom gosto. Vejam-se os novos pratos e respetivos acompanhamentos (a carta de almoço é mais sucinta e está disponível de terça a sexta): muxama, mousse de algas e camarão e tosta de broa alentejana (€7); pica-pau com berbigão e molho de Bulhão Pato (€8); raviólis de bacalhau, molho de caldeirada, pimento assado e algas (€17); bife do espelho da agulha, xerém frito, molho de cheiros e pickle de três pimentos (€19); e mil-folhas de massa brick, curd de ananás, mousse de coco, chocolate e frutos vermelhos (€7).
Mantêm-se os best-sellers: xerém e lingueirão em conserva e maionese de alho confitado (€6); croquetes de rabo de boi e maionese de couve kimchi à portuguesa (€6); e peixe do dia, puré de couve-flor e presunto, feijão-verde salteado e couve kimchi à portuguesa (€16). Em equipa que ganha não se mexe, há coisas que nunca mudam ou, em linguagem otimista, “não sei bem o quê”.
Optimista > R. da Boavista, 86, Lisboa > T. 21 346 0629 > ter-sex 12h-15h30, 19h-23h, sáb 19h-23h