Quentinhos, os pãezinhos de queijo chegam à mesa e são logo devorados, em meia dúzia de dentadas. A textura macia e o queijo derretido justificam outra dose (4 unidades/€5), desta que é uma das receitas mais apreciadas no Brasil, considerada o verdadeiro ouro de Minas Gerais. Já as tirinhas de mandioca fritas (€4) pedem uma cerveja bem fresca ou uma caipirinha a acompanhar. Os dois tira-gostos seriam suficientes para aconchegar o estômago entre refeições, ou fora de horas, até porque as portas do Boteco da Dri, no Cais do Sodré – que pretende homenagear os botecos cariocas, não só na sua cozinha mas em todo o ambiente de convívio –, só fecham às quatro da madrugada. No entanto, há muito mais para provar, do pastel de vento à batida de coco.
Na lista, em que constam cerca de 25 sugestões baseadas na gastronomia brasileira, destaca-se o strogonoff que Pedro Hazak, à frente da cozinha, prepara com uma receita sua. Começa por pôr o frango a marinar numa mistura com malagueta, alho, cebola e pimento. Em seguida, frita a carne e “é nesse processo de fritura, que deixa o frango caramelizado, que está o segredo deste prato”, explica o brasileiro, que aterrou por cá há dois anos e já passou pelos restaurantes Bairro do Avillez, de José Avillez, e O Asiático, de Kiko Martins. O picadinho carioca (€18), com farofa e arroz branco, e a feijoada à brasileira (€16) são outros pratos que “geram sensações e trazem conforto. No fundo, é uma cozinha descomplicada que valoriza o ingrediente”, diz Pedro Hazak.
Situado na correnteza de armazéns junto ao Tejo, reparamos, já de saída, no Cristo Rei, a lembrar-nos o Cristo Redentor no Rio de Janeiro. E não deixamos de sorrir com a feliz coincidência.
Boteco da Dri > Cais Gás, 19, Lisboa > T. 96 037 8763 > ter-dom 19h-4h