1. Comida Independente, em Lisboa
Antes de se sentar na mesa corrida ou no balcão a saborear os queijos e enchidos, com frutos secos, doce e mel, faça uma visita a esta mercearia, aberta há dois meses em Lisboa. Para escolher os produtos, maioritariamente portugueses, ali à venda, a proprietária Rita Santos pesquisou tudo o que se andava a passar nesta área. Depois, visitou dezenas de pequenos produtores espalhados por todo o País. De Trás-os-Montes trouxe as alheiras e a carne barrosã, do Alentejo, as ervas aromáticas biológicas, do Minho, os vinhos naturais, e da serra da Estrela, o queijo curado da serra dos Lobos. Antes de sair, de saco de compras na mão, experimente o pudim Abade de Priscos com um café, para ir mais reconfortado. R. Cais do Tojo, 28, Lisboa > T. 92 540 4510 > ter-dom 10h-20h
2. Prado Mercearia, em Lisboa
É na única mesa disponível na novíssima (e bonita) Prado Mercearia – a ocupar a antiga fábrica Conserveira Lisbonense, a caminho da Sé de Lisboa – que podem saborear-se sanduíches acompanhadas por um copo de vinho biológico. Para rechear as fatias de pão de Mafra ou da padaria Gleba – este feito com fermentos naturais, trigo barbela de Trás-os–Montes e, sobretudo, com a sabedoria de Diogo Amorim –, há diferentes queijos, chutneys, compotas, pickles e um pesto de ervas aromáticas caseiro. Isto, além das tábuas de queijos e enchidos com azeitonas galegas ou tremoços. A oferta não fica, no entanto, por aqui: fruta, legumes, feijão, arroz, cereais, frutos secos e especiarias, tudo vendido a granel. Para pôr no cesto das compras, há ainda conservas, cervejas artesanais, vinhos naturais e biodinâmicos, e café (embalado ou moído na altura). “Quisemos recriar uma mercearia de bairro virada para os moradores, não esquecendo os turistas”, diz Isaac Almeida, um dos donos. “E que funciona também como a despensa do restaurante Prado, umas portas ao lado, que aposta nos ingredientes nacionais, sazonais e frescos, evitando o desperdício”. R. das Pedras Negras, 37, Lisboa > T. 96 028 0492 > ter-dom 9h-20h
3. Mercearia do Miguel, no Porto
Quem vê a casa pequena, no bairro da Cantareira, com azulejos verde-água na fachada, não imagina tratar-se de um estabelecimento centenário. Em 2013, Nuno Felgar e Teresa Valle – ele arquiteto, ela designer gráfica, de regresso a Portugal após uma temporada no Brasil – ficaram com a antiga mercearia. O passado continua a marcar o negócio, seja no nome (em homenagem ao antigo proprietário) ou nas fotografias penduradas na parede; mas havia a vontade de inovar. Fecharam para obras e reabriram a loja, de cara lavada, começando, aos poucos, com as experiências na cozinha. Pratos simples, como crostinis, sanduíches, tostas e saladas, que logo cativaram os clientes. Nuno e Teresa servem pequenos-almoços (a granola caseira e outras sugestões saudáveis fazem a diferença), almoços e lanches, com produtos frescos, preparados na hora. A parte de mercearia, das frutas aos vinhos, essa mantém-se, alimentando a vida de bairro tão característica da Cantareira. R. do Passeio Alegre, 130, Porto > T. 22 011 6889 > qua-dom 9h30-17h30
4. Fiammetta, em Lisboa
A ideia inicial de Ludovica Rocchi Brandão, que há três anos se mudou de Roma para Lisboa, depois de se ter casado com um português, era abrir uma mercearia onde só vendesse produtos italianos de pequenos produtores. “Nas prateleiras não há nada industrial”, garante. Para a Fiammetta, aberta há quatro meses, em Campo de Ourique, só lhe falta trazer o verdadeiro panettone artesanal de Verona. A mercearia evoluiu para restaurante quando Ludovica percebeu que os clientes tinham algumas dificuldades em preparar os ingredientes. E são tantos e tão saborosos. O melhor prato para provar a stracciatella – o interior da burrata, mais doce, menos gordo e mais suave – é o taglioni com molho de tomate seco e ovas de peixe. Já o culatello – a parte mais especial do presunto, com menos gordura mas mais saborosa – poderá vir nas tábuas (taglieri) de charcutaria (€12 a €14). Os pratos com alcachofras grelhadas, sejam sanduíches ou saladas, também são especiais. Entre bruschetta (pão com um acompanhamento) e crostini, a diferença é que o crostini leva sempre mozzarella, além de outro ingrediente. Para verdadeiro deleite há mozzarella di bufala (€4,70/100 g) e burrata fumada (€5,10) que pode ser acompanhada com legumes grelhados (€12), já um best-seller deste restaurante com a mercearia na cave. Um lugar quase de recolhimento para apreciar pequenos prazeres da vida. R. Almeida e Sousa, 20, Lisboa > T. 21 385 0679 > ter-sáb 9h-21h, dom 10h-18h
5. Marca Açores, em Lisboa
Numa das mesas da loja, em Lisboa, pode provar-se o queijo São João, da ilha do Pico, e as conservas da Azores Concha. Das Flores vem a manteiga artesanal que serve para barrar o bolo lêvedo torrado, que chega todas as semanas de São Miguel, e da ilha Terceira vêm os iogurtes de diferentes aromas. Mas há mais iguarias que nos fazem viajar pelos Açores, como as queijadas da Graciosa, que aqui se podem acompanhar com um copo de vinho ou um sumo de maracujá. Apoiar e divulgar os produtos açorianos é a missão desta loja-mercearia, a primeira certificada com a Marca Açores fora da região autónoma. Av. Defensores de Chaves, 59 B, Lisboa > T. 21 138 1856 > seg-qua 10h-19h, qui-sex 10h-20h, sáb 10h-13h
6. Il Mercato, em Lisboa
Com o nepalês Tanka Sapkota, exímio chefe de cozinha italiana, à frente do restaurante, esta mercearia é um sucesso, desde a sua inauguração em fevereiro de 2017. Tanto nas refeições à mesa como nos ingredientes de venda avulsa, a qualidade é ponto assente. Aqui, todas as massas frescas fazem-se com ovos biológicos. Entre cristas de galo, curve rigati, fiore, mafalde ou cellentani, o cliente só tem de escolher se vai comer a massa ali ou levar para casa, mas esta será sempre feita à sua frente. Diretamente de Itália vem a burrata de Puglia (€9,90/250g), para depois ser servida com azeite e pimenta, além da mozzarella di bufala da Campania, mais rija do que a burrata. Simplesmente, deliciosas. Páteo Bagatela, R. da Artilharia 1, 51, Lisboa > T. 21 193 0941 > ter-sex 12h-15h, sáb-dom, fer. 12h30-15h, ter-dom 19h-23h > menu almoço €11,95, jantar €19,95
7. Pão Nosso, no Porto
Tem apenas duas mesas à entrada, mas a janela aberta para a rua é um convite a quem passa. E o aroma do pão – de alfarroba, aveia e espelta, feito com fermentos naturais – acabado de sair do forno também ajuda. Filipe Melo abriu, no final de 2016, a primeira padaria biológica do Porto, com mercearia e cafetaria. Todos os dias há um prato vegetariano ou vegan diferente. Além de muitas ervas aromáticas, Filipe e Paulo Herbert, o outro sócio, aproveitam o que há nesse dia na loja a provar, por exemplo, numa salada quente de trigo-sarraceno ou numas migas de batata-doce. Terminado o almoço, percorramos as prateleiras onde está o azeite, sumos, queijos, iogurtes, infusões, cereais e frutos secos a granel, e ainda o pão, as bolachas e as empadas, de produção própria. No centro da loja, encontramos a fruta e os legumes. R. do Barão de São Cosme, 187, Porto > T. 22 405 9817 > seg-sex 10h-20h, sáb 10h-15h
8. Produtos & Territórios, em Lisboa
Um capote alentejano dá as boas-vindas a quem entra na loja Produtos & Territórios, no Largo do Intendente, em Lisboa. Nas antigas instalações da fábrica de cerâmica Viúva Lamego, há prateleiras que se enchem com produtos das regiões do Interior e um restaurante, o Em Tem Dente, logo à entrada, que desvenda sabores tipicamente portugueses. Ali dentro ou na esplanada espaçosa que se abre ao largo, pode saborear-se a sopa de tomate, croutons e ovo escalfado que a chefe Rita Vilar prepara com alguns ingredientes à venda na loja, fruto da parceria entre seis Associações de Desenvolvimento Local: Terra Fria Transmontana, Terras de Sicó, Pinhal Interior Sul, Norte e Centro Alentejano, e Ribatejo Interior. “Queremos incentivar quem vem almoçar, ou jantar, a espreitar as prateleiras e a levar estes produtos diferenciados e de sabor caseiro. O restaurante é a âncora da loja”, diz Guilherme Miguez, um dos proprietários da Produtos & Territórios que aposta nos vinhos, compotas, enchidos, queijos, chás e infusões de pequenos produtores – e que também servirá de palco a espetáculos de fado, exposições, entre outras iniciativas culturais. Lg. do Intendente, 13, Lisboa > T. 93 405 5159 > ter-qui, dom 11h-23h, sex-sáb 11h-2h
9. Casa Diogo, no Porto
Com os clientes a espreitarem pela porta para marcar lugar ao almoço ou a perguntarem pela encomenda, diríamos que o ambiente é familiar. João Paulo Diogo conhece quase todos pelo nome. É ele quem dá a cara pela mercearia, aberta há quatro anos, com o objetivo de divulgar os biscoitos, bolachas e tostas produzidos pela família há seis gerações, na fábrica de Valongo, e que levam nomes tão sugestivos como cacos, digestivos, torcidos e patuscos, feitos artesanalmente, sem corantes ou essências à mistura. A esta oferta juntaram-se produtos transmontanos, região onde a família Diogo também tem raízes, como queijos, enchidos, vinhos, azeitonas, azeites, compotas, frutas e leguminosas. Para dar a provar o que se vende, há sempre um prato do dia (€7), ao almoço, que tanto pode ser uma feijoada à transmontana como uma alheira assada com batata a murro. Há apenas 10 lugares à mesa, por isso a marcação é obrigatória. R. de Miguel Bombarda, 416, Porto > T. 91 740 8984 > seg-sáb 11h-19h30
10. Marafada, em Lisboa
A uma dúzia de passos da Travessa dos Algarves, esta mercearia não podia ser mais algarvia. Uma coincidência que Luísa Silva e as filhas, Raquel e Inês, talvez nem tenham reparado. No verão de 2016, as três mudaram-se de Olhão para Lisboa, e, desde aí, selecionam conservas, azeite, licores, vinhos ou mel do Algarve, para levar para casa ou servir na hora. Todos os dias há um prato quente e uma sopa, mas também estupeta e muxama de atum, salada montanheira feita com pimento, tomate, cebola e muitos orégãos. Na casa decorada com cestos e olaria tradicionais, Luísa quer fazer os carapaus alimados e litão seco, um peixe que se come no Natal, em vez do bacalhau. R. da Junqueira, 316, Lisboa > T. 21 362 0159 > seg-sex 8h-19h, sáb 8h-16h30
11. Despensa Transmontana, em Lisboa
A fotografia de uma cozinha transmontana, tirada em Boticas, no concelho de Vila Real, decora a sala desta mercearia que é também restaurante, aberta há três anos em Lisboa. Na Despensa Transmontana há Cristas de Galo e Pitos de Santa Luzia, de Vila Real, enchidos de Chaves (alheira, sangueira e linguiça), os queijos de ovelha e de cabra de Mirandela (apimentados e normais), a carne barrosã e o presunto bísaro para levar para casa. À mesa também são servidas as receitas e os sabores da região nortenha. Como a alheira com grelos e batatas (€7,50) e a posta barrosã, com legumes e batatas (€20, para duas pessoas), dois dos pratos mais apreciados por quem ali se senta a almoçar ou a jantar. São preparados por Eduardo Araújo, nascido na região de Lamego, e Isabel Corrêa, com ligações ao Norte, “duas pessoas que cozinham com saber e com alma”, diz Manuela Parada, uma das sócias. Cç, do Combro, 145, Lisboa > T. 21 346 0928 > qua-seg 12h-15h, 19h-24h
12. O Pretinho do Japão, no Porto
Cheira a café acabado de moer, há bacalhau pendurado à porta, e as muitas especiarias e frutos secos vendem-se a granel. Com 71 anos, esta mercearia fina continua a ser um dos melhores lugares para abastecer a despensa. Apetece meter tudo no cesto e levar para casa. Isso ou saborear, ali mesmo, na esplanada do quintal – sejam conservas, compotas, vinhos, queijos ou bolachas. “É uma loja de tradição, muito ligada à história do Porto, que tem cada vez mais produtos gourmet, sem ser a preços absurdos”, diz Rita Rodrigues Gonçalves, que partilha o projeto com a irmã e o marido. Deixe-se para trás a loja e a garrafeira para aproveitar em pleno a sombra do cipreste, ao lado do jardim das aromáticas. A esplanada tem três áreas distintas, com o colorido grafito de Costah como cenário. Às tostas, hambúrgueres e saladas, juntou-se, na ementa de primavera, um prato do dia vegetariano. “É tudo biológico”, diz Rita. A qualquer hora, há caril de legumes com grão, almôndegas de quinoa à bolonhesa e favas em molho de tomate à inglesa. Para acompanhar, vinho a copo, sumo de fruta do dia ou limonada e, à sobremesa, um delicioso bolo caseiro de chocolate preto. A embalar as conversas, ouve-se bossa-nova e jazz. R. do Bonjardim, 496, Porto > T. 22 200 7185 > seg-sáb 9h-19h (esplanada encerra à seg)
13. Grão de Bio, em Matosinhos
Em quatro meses, Ana Bonito viu-se “obrigada” a ampliar a área de cafetaria – e isto apesar de sentar 35 pessoas, entre a sala, o balcão e a montra, ao almoço. “A minha ideia era ter uma mercearia com uma pequena zona de restauração, mas rapidamente evoluiu para um 50/50”, diz a proprietária, formada em Engenharia Alimentar. Ana sempre se interessou pela temática da nutrição. Além da mercearia tradicional, faltava, na sua opinião, um sítio onde pudesse fazer-se uma refeição saudável. Na cozinha da Grão de Bio, não utiliza açúcares refinados nem alimentos processados. Na carta, composta por 15 pratos, há opções de peixe (salada de bacalhau com grão-de–bico), carne (lascas de novilho com mistura de alfaces, rúcula e parmesão) e um menu do dia, com opção vegetariana (sopa ou sumo do dia, prato e fruta, €9). “É tudo fresco”, garante. Para almoçar é preciso passar pela mercearia, onde há produtos sem glúten, vinhos, azeites, legumes, fruta e suplementos alimentares biológicos. Depois, resista-se, ou não, às sugestões doces, no balcão: brigadeiros de banana, trufas de iogurte grego, barritas energéticas de cacau com gengibre e frutos secos. O serviço de take away está disponível ao almoço e, até ao final de maio, terá comida pronta para levar (sanduíches, saladas e sumos) e passará também a entregar cabazes ao domicílio, com fruta, legumes, produtos de mercearia e carne. R. Roberto Ivens, 989, Matosinhos > T. 22 321 9326 > seg-sex 8h-20h, sáb 10h-19h
E AINDA:
14. Banca de Pau, em Lisboa
Nesta mercearia especializada em produtos de Trás-os-Montes, pode-se comer alheira desfeita com gengibre e tomate, servida com amêndoas, cuscos transmontanos com cogumelos selvagens, linguiça grelhada com figos e milhos de tomate. R. de São Mamede, 38A, Lisboa > T. 21 887 0696 > seg-sáb 12h-23h
15. Mercearia Criativa Lisboa
Aqui só se vendem e provam produtos exclusivamente portugueses, biológicos e de pequenos produtores. À mesa chegam vários pratos, entre eles, salada de queijo chèvre (da Granja dos Moinhos) com pickles de batata-doce, prego no bolo do caco da Madeira (€6,50) e hambúrguer em bolo lêvedo dos Açores com agrião. Av. Guerra Junqueiro, 4 A, Lisboa > T. 21 848 5198 > seg-ter 11h-20h, qua-sáb 10h-20h, fer. 12h-18h
16. Mercearia Saloia, em Lisboa
É com vista para as rosas da florista Saudade Flores, logo à entrada da Mercearia Saloia, que se pode almoçar ou lanchar. A ementa, feita com as hortaliças e a fruta de agricultura biológica, produzidas pela Biofrade, aposta em refeições leves e saudáveis. Há sempre uma sopa do dia, tostas, saladas e sumos naturais para aconchegar o estômago. R. de São Bento, 102, Lisboa > T. 21 390 1324 > seg-sex 9h-20h, sáb 9h-19h, dom 10h-15h
17. O Cocho, em Lisboa
Sentados à mesa desta mercearia especializada em produtos tradicionais do Alentejo, podem saborear-se tábuas de queijos, enchidos, pão, azeitonas e empadas, entre outros petiscos. R. de São Bento, 239, Lisboa > T. 91 237 6675 > seg-sex 10h-20, sab 10h-18h
18. Mercearia das Flores, no Porto
Aberta em 2012, foi das primeiras casas a dar nova vida à Rua das Flores, promovendo produtos portugueses, sobretudo de pequenos produtores, disponíveis para degustação. R. das Flores, 110, Porto > T. 22 208 3232 > seg-ter, qui 10h30–21h, qua 12h-21h, sex-sáb 10h30- -22h, dom 12h-20h
19. Quintal Bioshop, no Porto
Foi uma das primeiras mercearias biológicas do Porto e é das caixas de legumes e fruta que vêm quase todos os ingredientes servidos na cafetaria. As sugestões, na maioria vegan, incluem um prato do dia ao almoço, chamuças, sumos e bolos caseiros. R. do Rosário, 177, Porto > T. 22 201 0008 > seg-sáb 10h30-20h
20. O Macrobiótico, no Porto
A cozinha segue a dieta macrobiótica vegan, centrada nos cereais integrais, nos legumes e nas leguminosas, apresentando pratos bonitos e saborosos. Quem gostar tem, depois, nas prateleiras da mercearia, muitos dos produtos usados na confeção. Há também pão artesanal.
R. do Bonfim, 63, Porto > T. 96 424 6130 > seg-sáb 9h-20h