Ramen foi o nome ocidental encontrado para definir um tipo de massa de trigo, trabalhada manualmente, que se transforma em fios apenas com o manusear dos dedos. Esta tradição nasceu em Lanzhou, uma cidade chinesa onde arroz é coisa que quase não entra. Em Portugal, é nos restaurantes chineses especializados em ramen – como o Yi Mian Yuan ou o Happy Noodles, em Lisboa – que podemos encontrar pessoas a trabalhar a massa ao balcão, à vista dos clientes, antes de a mergulharem por um minuto em água, para não espapaçar.
A tradição passou depois para o Japão, democratizou-se e começou a tornar-se mais conhecido. Até chegar ao Ocidente. Estes noodles podem ser servidos a seco, com ingredientes à escolha, ou mergulhados num caldo apurado, com outros condutos.
A personagem de manga Naruto, mundialmente conhecida, também tem a sua quota parte de responsabilidade. Nas histórias que protagoniza passa a vida a comer ramen, num restaurante que realmente existe no Japão. E o seu nome, Naruto, é o mesmo que se dá a uma pasta de peixe pressionada, que é cortada às fatias e se usa nos caldos, como complemento e decoração.
Os ramen japoneses e chineses são diferentes. O que se consome no Japão, normalmente ao balcão, enquanto comida de rua, é baseado num caldo de ossos e carne de porco que demora 12 horas a apurar. O chinês pode ser de vegetais ou de galinha e não fica tanto tempo a ganhar sabor, o que o torna mais leve.
Qualquer um deles deve ser comido com a ajuda de pauzinhos, para se enrolar a massa que parece não ter fim, e depois sorvido o caldo até à última gota. Pela tigela, a fazer barulho e sem cerimónias.