Barba é o nome que os pescadores dão à proa de um barco. Já a expressão “água pela barba” usa-se para referir uma situação complicada ou trabalhosa. E, caso fosse necessário mais uma justificação para o nome deste novo restaurante, bastaria olhar para o rosto dos dois proprietários, Gonçalo Pernas, 40 anos, e João Alves, de 31. O Água pela Barba abriu no início de dezembro, com uma ementa que aproveitou a onda de petiscos virados para o mar, criada pelo chefe João Magalhães.
“É uma espécie de cabana do mar e casa da avó”, descreve Gonçalo Pernas. Nas paredes e em prateleiras, há vários objetos antigos, alguns encontrados em feiras e lojas de velharias, como o telefone amarelo que, logo à entrada, faz lembrar outros tempos. “Uns até trouxe de casa”, acrescenta Gonçalo, produtor de televisão. Para o ajudar nesta nova aventura longe das câmaras aliou-se ao empresário João Alves, que traz experiência de restauração (está ligado ao restaurante 44, que encerrou em Matosinhos e continua à procura de uma nova casa no Porto).
A ementa, com petiscos de sabor a mar para partilhar, divide-se em três áreas: Miudezas, Grandezas e Sustento. As duas primeiras distinguem-se pela consistência dos pratos. As Miudezas levam-nos por uma viagem à América do Sul, com o ceviche de peixe feito com salmão, pampo e puré de batata-doce (€9); ao Japão, com o salmão da horta marinado em beterraba, creme fraîche e raspa de laranja; e ao México com os tacos de peixe frito (€10).
Nas grandezas, destaca-se o arroz d’ouro cremoso com camarão e açafrão (€14), que já se revelou um dos preferidos dos clientes. Há, ainda, o bem português bacalhau vai à fava, que são uns bolinhos de bacalhau com creme de coentros, favas e chouriço (€10), e o polvo à Água pela Barba, grelhado com creme de grão e limão (€14). Mas nem só o peixe “navega” pela cozinha do Água pela Barba, que abre para almoços bem cedinho e não fecha as portas a jantares tardios.
A categoria Sustento é dedicada aos apreciadores de carne: a bochecha alentejana de porco preto com puré de batata-doce e ameijoa (€14) e a sandes de cachaço estufado e desfiado com mostarda (€5) são as duas únicas sugestões. Para acompanhar, há vinhos do Douro ao Alentejo e uma lista de cocktails. À sobremesa, a escolha será entre um tiramisu (€5) e as canilhas de massa crocante recheada com creme de pasteleiro (€4). No final de contas, garantimos, não dará assim tanta água pela barba, esta refeição.
À hora de almoço existe um menu especial, composto por sopa, prato e café, por €11.
Água pela Barba > R. do Almada, 29, Lisboa > T. 21 346 1376 > seg 19h-24h, ter-qui e dom 12h-24h, sex-sáb 12h-2h