
Passaram mais de 20 anos desde que Daniel Manrique abriu um restaurante numa garagem, em San Bartolo, no Peru, e, hoje, tem um império composto por 17 restaurantes no Peru, Panamá, Equador, México, Espanha e Portugal (alguns em regime de franchising)
São as cordas, que atravessam todo o teto e que terminam em candeeiros, que se veem quando se entra no novo restaurante peruano Segundo Melle, aberto no início de agosto, em Lisboa. Depois, são as mesas postas, individuais e guardanapos de pano, de cor branca, chamam a atenção pelo rigor. Mas na verdade é a sopa rica de peixe e mariscos (€15,50), o puré de batata aromatizado com lima e ají (€13,50) e o trio de ceviches (€24,50) que nos levam até ao Segundo Melle. Três sugestões que podem dar início à refeição no Segundo Muelle, chegado a Portugal pela mão do grupo Portugália. “Uma abertura que surge após o contacto do embaixador peruano para visitarmos uma feira na área da restauração no Peru. Desde a viagem até à inauguração no Cais do Sodré, passaram-se apenas seis meses”, explica Maria Martins, responsável de comunicação do grupo.
Daniel Manrique, de 52 anos, é o cozinheiro e o fundador do Segundo Muelle, que conta atualmente com 17 restaurantes pelo mundo. Tudo começou quando, ainda adolescente, ia à pesca com os amigos nas águas de San Bartolo, no sul da cidade de Lima, e depois vendia o peixe porta a porta. Mais tarde, pôs em prática os seus dotes culinários num restaurante com apenas quatro mesas, que funcionava numa garagem. A ementa do Segundo Muelle de Lisboa, igual em todos os Segundo Muelle, divide-se pelas influências que a cozinha peruana absorve: a mediterrânica, a oriental e a crioula. Nos pratos de Mar, uma das categorias da lista, são servidas iguarias típicas das antigas estâncias balneares do Peru. Destacam-se, por exemplo, o tiradito de salmão (€13,50) e o cebiche frito feito com peixe panado com panko e envolvido em molho de ajies (€13,50). Do Mediterrâneo, em especial da comida italiana, Daniel Manrique usa o azeite, os orégãos e o queijo parmesão, ingredientes que podem por exemplo encontrar-se no tártaro de salmão (€12), o Oriente, sobretudo no Japão, aprendeu a técnica de cortar o peixe, que pôs em prática nos diversos makis que a carta agora disponibiliza. E, por fim, na Crioula, baseou-se nas receitas simples feitas por mães, avós e tias africanas, para servir o risotto de quinoa com lombo salteado no wok (€17). O bolo húmido de três leites, acompanhado por um pisco, são uma boa forma de encerrar o almoço ou o jantar. Já chegámos ao Peru?
Segundo Muelle > Pç. D. Luís I, 30, lj. 4b, Lisboa > T. 93 116 9158 > seg-qui 12h-24, sex-sáb até 1h