Instalado em Capo de Ourique, vai para 15 anos, perto do seu famoso mercado e do parque de estacionamento contíguo, que é outra referência importante num bairro saturado de automóveis, este restaurante começou por se afirmar com a cozinha genuinamente alentejana. Depois, abriu-se a outras experiências, todas de inspiração portuguesa e sempre com um toque regional, quanto mais não seja nos cheiros. Visitado em 2009, ia a sua existência a meio, O Magano convenceu, conforme ficou então registado nestas páginas. Agora está ainda melhor. O espaço continua a ser pequeno, mas alegre e confortável.
A ementa é extensa e diversificada, salientando-se os pratos tipicamente alentejanos, como a sopa de cação, os pezinhos de coentrada, as migas com carne de alguidar, o cozido de grão (no inverno), o cabrito ou o borrego assados no forno (ao sábado) e o ensopado de borrego (em regra à terça ou quarta-feira), todos bem feitos, bem apresentados e com os seus sabores e aromas característicos; os pratos regionais adaptados ao gosto dos novos clientes, como a sopa de tomate, que em vez em vez da carne de porco (entrecosto) frita, leva garoupa e ovos escalfados, e sabe deliciosamente; os pratos sem tradição mas com um toque regional, como os filetes de peixe-galo com arroz de coentros (este perfume não engana), os pastéis de massa tenra com arroz de coentros ou de tomate, os linguadinhos fritos com açorda ou migas e, na época, os carapauzinhos fritos com gaspacho (tudo picadinho, e não desfeito, com um toque de orégãos que seduz); e os pratos à base de peixe fresco (robalo, pregado, linguado, garoupa, conforme o mercado), quer grelhado, quer cozido ou frito. Também muito variadas e boas são as entradas: empadas de galinha, ovos mexidos com espargos verdes ou com farinheira, peixinhos da horta, torresmos do rissol, enchidos de Barrancos, queijos de Serpa, Niza e Castelo Branco, entre outras. Boa doçaria conventual, mas não só, merecendo atenção as queijadinhas de requeijão, o pudim de ovos caseiro e as lérias (doces de ovos) para o café. Bons produtos e boas mãos numa cozinha sólida e honesta. Garrafeira interessante, sem menção a vinhos a copo, mas com disponibilidade para os servir, se pedidos. Serviço eficaz e simpático.
O Magano > R. Tomás da Anunciação, 52, Lisboa > T. 213 954 522 > seg-sáb 12h-15h, 19h-22h30 > €20 (preço médio)