O certificado da Associazione Verace Pizza Napolitana (AVPN) está para um “pizzaiolo” (a pessoa que faz a pizza) mais ou menos como a estrela Michelin está para um chefe de cozinha. Detê-lo é uma honra e uma garantia de qualidade.
A AVPN nasceu em 1984 e tem como missão promover e tutelar a pizza napolitana, enquanto produto certificado. Antonio Mezzero foi, em Portugal, o único a conseguir a distinção.
Aconteceu, recentemente, pelo trabalho que faz na sua Pizzeria Pulcinella, em Matosinhos(Avenida Meneres, 390, Matosinhos; T. 229 382 806; pizzeria.pulcinella.napo@gmail.com). Antonio Mezzero tem 30 anos, mas já passou metade da vida a fazer pizzas. Aliás, nasceu no meio delas, pois os seus pais tinham uma cadeia de pizzarias. E escusado será dizer que é napolitano de gema, nascido em Caserta.
A carta da Pizzeria Pulcinella tem apenas oito pizzas. Todas cumprem os requisitos para passar nos parâmetros rigorosos da AVPN. A massa da pizza napolitana distingue-se à légua: é fofa, apenas ligeiramente crocante e as bordas são bem altas. Na Pulcinella, os produtos frescos que Antonio usa são italianos, como a mozzarella (de leite de vaca e de búfala) ou a farinha Caputo, a melhor para este tipo de pizza.
Escolher as melhores pizzas da Pulcinella é tarefa árdua. Antonio lá acaba por indicar as gourmet, com produtos DOC: a Maradona Fiorito (com mozzarella de rúcula, creme de trufa branca, cogumelos frescos, parmesão e bresaola) ou a Del Generale (com tomate fresco e tomate semisseco, mozzarella de búfala, rúcula, manjericão e cogumelos frescos). Antes, porém, há que experimentar as entradas: focaccia al rosmarino; bruschetta al pomodorino; mozzarella de búfala com manjericão, rúcula e tomate semisseco.
Ou, preferindo uma viagem do Norte ao Sul de Itália, uma seleção de várias carnes e queijos gourmet, acompanhados por focaccia. Se ainda houver espaço no estômago, a refeição pode terminar com uma pizza de nutella, panna cotta ou um tiramisù. Antonio Mezzero faz tudo para que quem o visita se sinta a um passo do Vesúvio.
Para além da forma quente e genuína como recebe e de um sotaque inconfundível, as paredes estão recheadas de fotografias de Nápoles. E não falta um verdadeiro limoncello, cremoso, para o brinde final.
Uma pizza para os Clérigos Fazer uma pizza de grandes proporções era um sonho antigo de Antonio Mezzero. Faltava o pretexto, que apareceu agora – os 250 anos da Torre dos Clérigos motivaram o pizzaiolo para confecionar uma pizza de cinco metros de diâmetro. Aconteceu, ao meio-dia do passado domingo, 26, entre as oliveiras da Praça Lisboa. Antes, houve um espetáculo do vencedor mundial de pizza acrobática, Giorgio Giove, uma espécie de malabarista com uma ou duas pizzas nas mãos, que dançaram com ele, voaram… sem nunca caírem ao chão.