De miúdo que ouve a mãe dizer “hoje é você quem cozinha”. E era sem medo nem complexos que Márcio se punha aos comandos da cozinha e dava de comer aos restantes Honorato lá de casa.
Anos mais tarde, já com 17, comprou uma rulote e andou 24 meses a vender hambúrgueres por Marília, no interior de São Paulo. Seguiu-se a “choperia”, que abriu com o irmão gémeo. E um dia… decidiu vir ver que sabores e saberes havia pela Europa. Andou por França e Espanha, mas foi do verão português que mais gostou.
Corria o ano de 2003 e de cá nunca mais saiu. Montou o restaurante Flor de Sal, na Praça das Flores. Mas era a saudade de hambúrgueres que o consumia. “Era uma coisa que não havia, em Portugal: um sítio para comer um bom hambúrguer!”, explica.
Não havia… até ao dia, em 2011, em que abriu uma micro-mininano-hamburgueria que não tinha serviço de mesa nem horário definido, mas muitas larachas escritas na parede e a insinuação de ter o melhor hambúrguer de Lisboa. Meses depois, os hambúrgueres do Honorato corriam pelas bocas da cidade.
Há 15 dias, Márcio Honorato, com 39 anos, abriu portas noutra casa maior, com serviço de mesa e horário definido mas na mesma freguesia. E os mesmos hambúrgueres. E a mesma (boa) onda. Continua a servir o x-burguer (a forma brasileira de tratar o cheese-burguer e deve ser lido como tal e não “xis” ou “vezes”) e o Troika e o Honorato.
Mas agora tem hambúrgueres míni, para dar resposta ao seu “público mais fiel”: as crianças. Daqui a nada terá um espaço para os miúdos se entreterem e, quando regressar o bom tempo, uma esplanada (onde serão servidos Beirute, em pão pita, e as florestas saladas compostas).
O segredo do sucesso? Márcio dispara: “Carinho. Vontade. Não é Sassetti?”, que se encontra ali ao lado, a descascar batatas para fritar e servir com maionese de alho.
HAMBURGUERIA HONORATO
R. da Palmeira, 33A
T. 21 402 3686.
Todos os dias, 12h-24h