O lançamento do novo modelo Melissa teve lugar na passada semana no MUDE – Museu do Design e da Moda, em Lisboa. O lugar não podia ter sido mais bem escolhido, afinal esta nova parceria tem a assinatura do arquiteto e designer italiano Gaetano Pesce, que não quis deixar de estar presente nesta apresentação.
No portefólio da marca brasileira, reconhecida internacionalmente pelos seus sapatos totalmente feitos de plástico, já existem outros projetos com o ADN de reconhecidos designers internacionais, como os Irmãos Campana ou Zaha Hadid. Agora, foi a vez de Gaetano Pesce dar o seu contributo, apresentando a sua criação: um sapato 100% personalizável, num conceito único e inovador. Dos traços de Pesce nasceu um botim formado por bolas de vários tamanhos, dispostas assimetricamente.
É, aliás, esta característica de assimetria que permite costumizar este sapato. Munida de uma tesoura na mão, a feliz proprietária deste modelo pode transformá-lo naquilo que a sua imaginação lhe ditar, alterando o design do botim, transformando-o numa sabrina ou num simples flip-flop. A criatividade, originalidade e gosto pessoal são quem vai ditar as regras deste revolucionário modelo. O Melissa+Gaetano Pesce chega em seis cores: preto, vermelho, transparente, branco, laranja e azul translúcido, com um pvp recomendado de €95. Estará disponível para venda em várias lojas do País, uma delas o espaço Gardénia, em Lisboa.
GAETANO PESCE NO MUDE
Se quiser conhecer um pouco mais a obra do arquiteto e designer italiano, o MUDE Museu do Design e da Moda, em Lisboa, tem presente na sua coleção dez peças emblemáticas de Gaetano Pesce. Descubra o seu génio inovador em objetos como o Moloch Floor Lamp.
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ENTREVISTA
GAETANO PESCE: ‘ESTE É UM NOVO CONCEITO’
O arquiteto italiano rende-se a Melissa
Já conhecia a marca Melissa antes de lhe ter sido feito o convite?
Travei conhecimento com a marca pela primeira vez, numa viagem de negócios que fiz a São Paulo. Foi numa das ruas onde passava que vi o que julgo ser um showroom ou uma loja. Gostei do espírito, do material e da expressividade que as peças emanavam.
Qual foi a sua reação ao receber a proposta para realizar esta parceria?
Gostei da ideia de fazer sapatos. É a primeira vez que faço sapatos para produção, embora no passado já tenha feito projetos que não saíram do papel. Por isso fiquei muito interessado, porque podia expressar a ideia que já tinha mas numa escala bastante maior e real.
Como é que iniciou o projeto?
Quando a equipa da Melissa chegou a Nova Iorque, não viram propriamente esboços, mas qualquer coisa como este sapato. Levaram-no de volta para o Brasil, mostraram-no aos responsáveis da marca e perceberam que era uma peça bastante inovadora, porque transmitia um conceito totalmente novo. Você compra um sapato e transforma-o com a sua criatividade. Este é um novo conceito.
Qual é, então, a principal característica?
É o requerer a participação de quem o compra a costumização do sapato.
Pensou em algum tipo de mulher ou no mercado onde ia ser comercializado quando iniciou a conceção deste sapato?
Não pensei em nada em particular. Às vezes pensamos que o mercado não aceita novas ideias. Mas acredito que quando fazemos algo prático, bonito, fresco, alegre, que te dá prazer, que é inovador, o mercado responde positivamente a isso.
Depois de já ter desenhado tantos objetos, ainda tem o sonho de desenhar alguma coisa pela primeira vez?
A semana passada pediram-me para desenhar uma coisa que nunca tinha feito na realidade, mas que já é um protótipo no meu ateliê: uma pequena mala de viagem.