Se estiver atento, vai reparar que este micronutriente fundamental ao sistema imunitário anda por aí, a ser evocado por tudo e por quase nada. No entanto, antes de ir a correr para uma loja de produtos naturais em busca deste suplemento, oiça Ricardo Rangel, endocrinologista, especialista em nutrição, e fique a saber tudo sobre este mineral.
“O selénio consegue dar um apoio, de alguma forma contrariando o processo de oxidação provocado pelo estilo de vida acelerado, por uma alimentação deficiente e pela falta de sono. Se tivéssemos uma vida menos oxidada, não era preciso falar tanto dele”, resume o especialista.
Quando temos uma agressão inflamatória, que pode até ser transitória, o selénio funciona como uma retaguarda – quando oxidamos, tem de haver um processo que sirva de travão, ou estaríamos perante um incêndio descontrolado.
Se tivermos défice – o que pode ser aferido numa análise e não é assim muito comum – ou carência, este processo fica comprometido. Para um funcionamento perfeito, a concentração deve estar no terço superior do intervalo adequado (normalmente situamo-nos no terço inferior).
A dose ideal depende das pessoas e das situações, claro, mas 55 a 60 microgramas diárias são a média para um adulto. A resposta de absorção também é muito volátil e depende de cada caso. Atenção, que a sobredosagem (mais de quatro vezes do que a dose indicada) pode ser tóxica e não há antídoto para essa adversidade, que se manifesta através de náuseas, unhas quebradiças, queda de cabelo, e em casos mais graves, insuficiência renal ou cardíaca.
Para que ele nunca nos falte, há que procurá-lo na alimentação, especialmente na castanha-do-pará (tem 10 vezes mais concentração do que os produtos que se situam logo a seguir), no atum, as ostras, nos mexilhões, nas vísceras de animais, nos ovos.
No caso de ser precisa suplementação, há que procurar a sua forma orgânica (por oposição à inorgânica), pois a absorção (e o preço) será completamente diferente – isso vê-se nas tabelas de ingredientes.
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