Investigadores da Universidade de Chicago e do Instituto Nacional Francês de Saúde e Investigação Médica concluíram que dormir menos de seis horas antes de receber uma vacina pode comprometer a resposta imunológica. E esta conclusão tanto se aplicada à vacina contra a Covid-19, como à da gripe ou uma outra vacina, por exemplo, quando dada antes de uma viagem.
O estudo foi publicado na Current Biology e os especialistas analisaram sete estudos que avaliavam o impacto da duração do sono na eficácia da vacina.
“Um bom sono não apenas amplifica, mas também pode estender a duração da proteção da vacina”, refere Eve Van Cauter, uma das autoras do estudo. Apesar desta conclusão, os investigadores – que realizaram o estudo tanto em homens como em mulheres – notaram que havia uma resposta imunitária ainda mais fraca nos pacientes do sexo masculino.
“A diminuição na capacidade de resposta à vacina foi particularmente e estatisticamente significativa em homens, mas não nas mulheres”, explica Michael Irwin, também autor do estudo. Esta conclusão não é estranha, visto que, em geral, as mulheres têm uma resposta imunitária mais forte.
“Se estivesse a trabalhar com pacientes para os vacinar, perguntaria se estão a ter problemas em dormir e se foram privados de sono na noite anterior. Se for o caso, peço que voltem quando estiverem totalmente descansados”, explica o especialista.
No mesmo sentido, Eve Van Cauter confirma: “A ligação entre o sono e a eficácia da vacina pode ser uma grande preocupação para pessoas com horários de trabalho irregulares, especialmente para trabalhadores por turnos que normalmente têm duração de sono reduzida”.
Apesar desta análise, os investigadores deixam o repto para que outros especialistas reúnam informações sobre a duração do sono na época da vacinação contra a Covid-19 e outros vírus, nesta que é “uma oportunidade sem precedentes para estudar o papel desempenhado pela duração do sono na resposta à vacina”.