Desde que a pandemia de Covid-19 começou, em março de 2020, que os níveis de ansiedade e tristeza dos portugueses, monitorizados pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Universidade Nova de Lisboa, dispararam. As exceções foram as férias de verão do ano passado e o período do natal. Agora, os níveis de stress começam novamente a descer relacionados com o relaxamento das medidas de restrição contra a Covid-19, explicou, esta sexta-feira, no Infarmed, Carla Nunes, a diretora da ENSP. “Estamos numa fase de recuperação”, acredita a especialista.
17,9% dos inquiridos pela ENSP, na semana de 17 a 23 de maio, ainda se diziam tristes ou deprimidos todos os dias. No entanto, sublinhou Carla Nunes, este mesmo indicador estava avaliado em 28% em fevereiro. O valor mais baixo foi atingido em julho do ano passado: 11%.
Apenas 15% dos portugueses discorda do Plano de desconfinamento do Governo
A tendência é para que estes números desçam à medida que os comportamentos “concordantes com o desconfinameto” aumentam. O que se tem verificado. A frequência com que os inquiridos saem de casa é agora de 43,8%; também “mais do dobro das pessoas” (18,8%) admite agora relaxar-se quanto à manutenção da distância de 2 metros e 16% dos inquiridos já estiveram com um grupo de dez ou mais pessoas.
O alivio das medidas reflete-se diretamente ainda na classificação que os portugueses estão dispostos a dar ao Governo. Atualmente, apenas 21% consideram que atuação dos governantes tem sido errónea; quando em janeiro eram 67%. Também a confiança no plano de vacinação e nos cuidados de saúde está elevada e com tendência crescente.