“No mundo real”, as vacinas da Pfizer e Moderna são 90% eficazes contra a infeção pelo coronavírus, incluindo de forma assintomática. Esta é a conclusão de um estudo em grande escala realizado pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), que pretendia testar a verdadeira eficácia das vacinas contra a Covid-19, e que vai ao encontro do que já tinha sido revelado em estudos anteriores similares.
De acordo com a agência norte-americana, 14 dias depois da primeira dose tomada – mas antes da inoculação com a segunda dose – estas vacinas apresentaram uma percentagem de eficácia de 80%. Já com a vacinação completa, a eficácia aumentou 10%, revelou o relatório publicado esta segunda-feira, que teve em conta a análise de quase 4 mil profissionais de saúde, em condições reais.
A equipa observou e testou este grupo de pessoas, que exercem em oito locais diferentes por todos os EUA, entre dezembro e março, sendo que 62% delas recebeu ambas as doses da vacina da Pfizer ou da Moderna e 12% tinha sido inoculada, até então, com apenas uma dose (2961 pessoas foram vacinadas com uma dose ou mais e 989 não foram vacinadas). Tendo ou não sintomas, todos os participantes realizaram testes à Covid-19 semanalmente e responderam a mensagens sobre o seu estado de saúde, enviando também relatórios médicos.
Do grupo todo, 205 participantes testaram positivo à Covid-19 – com 87% a apresentar sintomas -, três que tinham tomado a segunda dose há mais de 14 dias, oito que tinham sido inoculados apenas com a primeira dose e 161 participantes que não tinham sido vacinados. Do grupo que testou positivo, não se registou qualquer morte, apenas dois internamentos.
Na última segunda-feira, em conferência de imprensa, Rochelle Walensky, diretora do CDC, referiu que este estudo é bastante “encorajador” e evidenciou a importância de se realizar a vacinação com as duas doses recomendadas, “para se conseguir obter o maior nível de proteção contra a Covid-19”, principalmente “à medida que as preocupações com as variantes aumentam”.
Os resultados deste estudo foram semelhantes aos dos ensaios clínicos da vacina, que descobriram que duas injeções eram 95% eficazes, e similares a outros já realizados. Uma investigação publicada no fim do mês passado, o primeiro grande estudo realizado “no mundo real” e de forma independente com a vacina da Pfizer e da BioNTech, tinha já mostrado que esta vacina é altamente eficaz na prevenção contra a Covid-19.
Incluindo mais de um milhão de pessoas, o estudo demonstrou que duas doses desta vacina fizeram diminuir os casos sintomáticos de Covid-19 em 94% em todas as faixas etárias e uma única dose revelou-se 57% eficaz na protecção contra infeções sintomáticas, após duas semanas.