Não é apenas por beberem bebidas alcoólicas e fumarem durante a gravidez que as mães e os pais prejudicam a saúde dos seus filhos. Casais que são obesos até antes da conceção do feto podem criar mazelas durante a gravidez e mais tarde na saúde da criança e em gerações futuras. As conclusões vieram de três artigos científicos publicados na revista The Lancet.
Com estes resultados, os investigadores apelam que escolas, médicos de família ou de medicina geral e enfermeiros informem os casais que planeiam engravidar para o facto de ser preciso ser-se saudável para tal.
Judith Stephenson, uma das autoras, explica que o pensamento que a maioria das mulheres tem é “quando estou grávida, vou ao médico e os cuidados começam a partir daí”.
Muitas vezes, as ações de consciencialização para fazer com que as grávidas sejam mais saudáveis são feitas demasiado tarde. O ácido fólico, por exemplo, devia ser tomado a partir dos primeiros dias de gravidez mas só começa a ser ingerido quando a grávida vai ao médico e a gravidez é confirmada, normalmente já com um ou dois meses de gestação.
“É preciso agir antes da concepção. A ideia de que há coisas que podemos fazer antes da gravidez que vão afetar a saúde do bebé nem sempre é compreendida”, reforça Stepherson.
Apesar de não deixar de ser importante saber que ter filhos em condições de subnutrição pode revelar um desenvolvimento cognitivo pobre da criança, o facto de a mãe ser obesa tem uma maior importância numa altura em que “50% das mulheres têm excesso de peso ou são obesas quando engravidam”, segundo os especialistas.
A obesidade na gravidez pode tornar difícil tanto a conceção, como a gravidez em si, podendo sofrer de níveis elevados de pressão arterial, ter dificuldade a amamentar ou levar mesmo à morte. Os bebés podem nascer com baixo peso.
E o pai também de ter cuidado com a sua saúde e a sua alimentação. A obesidade pode prejudicar a fertilidade e provocar doenças crónicas ao bebé.