Publicado no Journal of Alzheimer’s Disease, o estudo analisou a associação entre o consumo de álcool e o declínio cognitivo relacionado com a idade. De forma a perceber melhor esta associação, os investigadores utilizaram dados de um estudo que acompanhou a saúde e o comportamento de moradores de Rancho Bernardo, um subúrbio em San Diego, desde 1972.
Os investigadores analisaram cerca de 1300 participantes que completaram 85 anos antes de 2009. Os hábitos de consumo de álcool de cada participante foram avaliados através de questionários entre 1984 e 1987. As funções cognitivas foram analisadas em intervalos de aproximadamente quatro anos entre 1988 e 2009. Neste grupo de participantes, houve mais ingestão de álcool do que na população em geral – 88% contra 46%. Cerca de 48% dos participantes consumiam álcool quase todos os dias, 49% faziam-no moderadamente (duas bebidas por dia para homens com menos de 65 anos e uma bebida por dia para mulheres e homens com mais de 65 anos) e 36% consumiam muito álcool. Os resultados obtidos revelaram que, em comparação com quem não bebe álcool, os que bebem muito têm menor probabilidade de revelar sinais de declínio cognitivo antes dos 85 anos. As pessoas que bebiam em cinco a sete dias por semana, em níveis moderados ou pesados – até três bebidas por dia para pessoas com mais de 65 anos – tinham duas a três vezes mais probabilidade de atingir os 85 anos sem mostrar sinais de declínio cognitivo em comparação com aqueles que não ingeriam álcool.
Este não é o primeiro estudo a fazer este tipo de associação. Uma análise de 74 estudos descobriu que as pessoas que bebem moderadamente têm um menor risco de declínio cognitivo em comparação com aqueles que não bebem álcool de todo. A análise descobriu ainda que quem bebia excessivamente, mais do que aqueles que bebiam muito no estudo recente, tinham um maior risco de declínio cognitivo.