O cheiro intenso da urina após a ingestão de espargos já era notado nos séculos passados. Em 1781, Benjamin Franklin, uma das principais figuras da luta pela independência dos Estados Unidos, escreveu uma carta à Royal Academy de Bruxelas, em que pedia um medicamento que “tornasse as descargas naturais de vento do nosso corpo… tão agradáveis como perfumes”, mas mencionando também o “odor desagradável” que os espargos conferiam à urina.
Os cientistas acreditam que o odor que fica no xixi vem do ácido asparagúsico que só existe nos espargos. Quando este ácido passa pelo sistema digestivo, divide-se em vários compostos à base de enxofre que se evaporam e se transformam em gás à temperatura ambiente, o que pode acontecer em cerca de quinze ou trinta minutos após a ingestão de espargos. O cheiro de enxofre é parecido ao cheiro de ovos podres mas o cheiro proveniente deste ácido é mais parecido com o cheiro de uma couve velha.
Mas o caso não é tão simples assim: É que estudos realizados na década de 80 mostraram que algumas pessoas não têm a capacidade de sentir o mau cheiro. Um feito em França e outro em Israel, estes estudos revelaram que uma percentagem da população não conseguiu sentir o odor desagradável na urina, levando à possibilidade de se tratar de uma característica genética.
E em 2010, outra investigação descobriu ainda que a urina de uma pequena percentagem de indivíduos não cheira tão mal assim depois de ingerir espargos, uma diferença que pode estar na forma do organismo lidar com o ácido.