Apesar de estarmos na era da tecnologia e informação, há uma série de equívocos generalizados sobre o que pode diminuir ou aumentar a fertilidade que perduram no tempo e, atualmente, ainda criam dúvidas a muitas mulheres.
Para esclarecer algumas confusões, Buenaventura Coroleu, presidente honorário da Sociedade Espanhola de Fertilidade (SEF) e membro do comité científico; Victoria Verdú, coordenadora da Clínica de Genecologia Ginefiv, e Rita Vanessena, diretora científica do Centro de Eugin, desmistificaram, ao La Razon, algumas crenças comuns:
Tomar a pílula
Os três especialistas concordam que é falso que os métodos contracetivos afetem a fertilidade, porque os seus efeitos ficam anulados quando se interrompe a toma.
O que pode acontecer é que depois de parar de tomar a pílula, o ciclo menstrual seguinte seja mais irregular, diz Verdú: “Depois de parar de tomar a pílula, a ovulação pode demorar mais no mês seguinte. Talvez seja este facto que confunde as pessoas.”
Idade
Os fatores socioeconómicos podem atrasar a maternidade e a idade avançada pode trazer alguns riscos à gravidez, mas não eliminam a possibilidade de engravidar.
Se há uns anos atrás, ter filhos depois dos 40 anos podia parecer impensável, atualmente isso mudou. Mesmo que não seja através de métodos naturais, com a ajuda de técnicas de reprodução assistida pode ser possível.
Stress
Sobre o facto do stress interferir com a fertilidade, as opiniões dividem-se: Coloreu acredita que “deve existir algum fator que bloqueie e possa afetar [a fertilidade]”; as duas outras especialistas não vêm nenhumq relação direta.
“Não existem provas claras que indiquem que o stress na vida quotidiana tenha efeito direto na fertilidade”, explica Vassena. No entanto, a especialista reconhece que tem observado que quanto mais longo é o processo de infertilidade, mais altos são os níveis de stress.
Alimentação
Uma alimentação saudável favorece a fertilidade. Mas a influência alimentar é mais visível nos homens do que nas mulheres. Vassena cita um estudo recente do Centro de Pesquisa Biomédica da Rede – Fisiopatologia da Obesidade e Nutrição, que confirma que uma dieta rica em ácidos gordos e antioxidantes melhora a qualidade do esperma. Já o consumo excessivo de chá pode prejudicar, diz Coroleu.
Verdú defende que mulheres com Síndrome dos Ovários Poliquísticos podem beneficiar de uma dieta baixa em hidratos de carbono. Pelo contrário, há estudos que comprovam que mulheres que consumiam mais de 500 miligramas de café por dia demoraram mais 11% a engravidar.
Ovulação
De acordo com um estudo, elaborado pela Clinica Ginefiv, mais de 57% das mulheres que querem engravidar não sabe os seus dias férteis e não controla a ovulação. Desse mesmo estudo, 98% das mulheres referiram que nunca realizaram nenhuma análise para consultar a sua reserva ovárica, o que demonstra que a grande maioria não tem conhecimento real da sua capacidade reprodutiva.
A maior probabilidade de engravidar ocorre quando um casal tem relações sexuais um ou dois dias antes da ovulação, ou no próprio dia da ovulação. Os especialistas também apontam que grandes períodos de abstinência sexual (superiores a oito ou dez dias) podem prejudicar o processo porque afeta a qualidade do esperma.
Menstruação
O último mito está relacionado com a ideia de que as mulheres são férteis durante o período menstrual: os especialistas afirmam que é totalmente falso.