A equipa que produziu o relatório foi constituída por 456 cientistas de 62 países. É por causa de números como estes que, a cada ano, o estudo sobre o Estado do Clima, dirigido e apresentado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês), dos EUA, surge como o check up anual à saúde climática da Terra.
Esta terça-feira, 2, foi apresentado o relatório referente a 2015, e os seus resultados soam a um indesejado déjà vu. Os dados finais “mostram que a temperatura do planeta continua a aumentar”, disse Thomas Karl, diretor dos Centros Nacionais de Informação Ambiental da NOAA. Mas não só. “Todos os sintomas que se esperam encontrar num aumento da temperatura subsistem em aparecer”, acrescentou Karl.
Em 2015, a nível global, a concentração de gases com efeito de estufa e as temperaturas na superfície terrestre e no mar derrubaram todos os recordes anteriores. O relatório é muito veemente quanto à necessidade de uma ação imediata na redução das emissões de carbono.
Associando um aquecimento de longa duração a “um dos mais violentos fenómenos do El Niño que o planeta já viveu desde 1950, pelo menos”, 2015 tirou a 2014 o recorde do ano mais quente de sempre, superando-o em mais de 0,11 graus centígrados, de acordo com o relatório da NOAA.
Em 2015, a Terra registou um declínio global de gelo e de queda de neve, com efeitos perniciosos nas espécies animais e piscícolas do Ártico, e fenómenos climáticos extremados, como um número recorde de ciclones, além de inundações, secas severas e incêndios devastadores.
Em conclusão, é como diz Deke Arndt, um especialista climático da NOAA: “Já devíamos ter chamado o médico há anos.”