Uma viagem de balão de ar quente, através de um simulador virtual, faz recuar o visitante no tempo (30 mil anos, mais exatamente), explicando como a força do gelo arrastou os blocos graníticos e modelou a paisagem ao longo dos milénios. Um percurso sinuoso, com lagoas, gargantas profundas e grandes rochas deslocadas.
Este é o maior vale glaciar da Europa, com 13 quilómetros de extensão, mas permanecia ofuscado pelo turismo da neve do Parque Natural da Serra da Estrela.
Para o valorizar, nasceu, no início deste mês, o Centro Interpretativo do Vale Glaciar do Zêzere (CIVGLAZ). “Temos de promover a serra durante todo o ano e realçar as suas características particulares”, adianta Esmeraldo Carvalhinho, o presidente da Câmara de Manteigas.
“O concelho tem diferenças altimétricas consideráveis que proporcionam paisagens completamente distintas”, especifica.
Uma casa abandonada da guarda-florestal, da década de 30 do século XX localizada no início do acesso ao vale, junto do viveiro das trutas foi recuperada e ampliada pelo gabinete de arquitetura da Câmara de Manteigas.
No interior deste Centro Interpretativo, apostou-se na inovação dos dispositivos. Além do simulador de balão, existem quadros interativos (a convidar à exploração da fauna e da flora do vale glaciar) assim como ecrãs táteis, que funcionam como janelas do passado (desde finais do séc. XIX) e do presente de Manteigas.
Outros ecrãs fornecem dados sobre, por exemplo, a rede de percursos pedestres, com cerca de 200 quilómetros. Diz Esmeraldo Carvalhinho: “Estes trilhos verdes já estão a trazer muita gente à região e queremos continuar a apostar neste turismo da natureza.”
CENTRO INTERPRETATIVO DO VALE GLACIAR DO ZÊZERE Fonte Santa, Caldas de Manteigas, Manteigas T. 275 981 113 Seg-sex 10h30-12h, 14h-17h (provisório)