Christian descobriu o paraíso na Terra graças a um corte no dedo, há 14 anos. “Estava a desenhar, na casa que alugava no Carvalhal, e cortei-me com o papel”, recorda, no seu palacete nas redondezas do Castelo de Lisboa. “Era um corte profundo e tive de ir ao hospital de Santo André. No regresso, vi uma lagoa. E disse à pessoa que estava comigo: ‘Que sítio bonito, vamos ver.’ Fomos e o carro ficou preso na areia. Chamámos um reboque e, enquanto esperávamos, andei por ali. Passei metade da tarde a passear. Fiquei encantado.”
Mais do que isso, Christian Louboutin sentiu-se a viajar no tempo, para um mundo que já só vivia na sua memória. “Lembro-me que senti exatamente o que sentira quando vi o Carvalhal, pela primeira vez, há 30 anos. A mesma paisagem. E aí apercebi-me de como as coisas mudam rapidamente. É o que é, há mais gente no planeta, não há nada que se possa fazer quanto a isso. Mas podemos, pelo menos, tentar preservar a qualidade dos sítios.”