Há 15 anos, a paisagem alentejana começou a mudar. O laranja e o amarelo, pintalgados pelo verde baço de sobreiros espaçados, foram-se enchendo de manchas de olival que se estendiam quase até perder de vista. A acompanhar as alterações visuais, vieram os enormes consumos de água e a aplicação de fitofármacos. Rapidamente a monocultura superintensiva da azeitona entrou nas bocas do mundo, e não pelas melhores razões.
“O azeite estava a ser muito criticado devido à extensão da monocultura, à utilização da água, aos tratamentos fitossanitários que não cumpriam, nalguns casos, os limites de distância das povoações…”, diz Raquel Lucas, professora da Universidade de Évora.