Quando se fala em emissões de gases com efeito de estufa, aponta-se o dedo aos transportes, à indústria, à produção de eletricidade e até mesmo à agricultura. Mas grande parte da solução para mitigar as alterações climáticas encontra-se bem mais perto do que julgamos: nas nossas casas. Ao nível global, cerca de 40% das emissões são geradas nos edifícios – 12% dizem respeito à construção em si (a produção de cimento, por exemplo, é uma enorme fonte de dióxido de carbono) e 28% devem-se ao funcionamento (consumos energéticos do dia a dia).
Mesmo na União Europeia, que apesar de tudo conseguiu reduzir em 29% as emissões do seu setor residencial nos últimos 15 anos, os edifícios ainda são responsáveis por um terço das emissões causadas pelo consumo de energia. Para que o bloco europeu atinja o seu objetivo de baixar em 55% as emissões totais até 2030, como definido pela iniciativa Fit for 55, a redução nos edifícios terá de atingir os 60%. Portugal, que se comprometeu com a neutralidade carbónica para 2050 (meta que deverá ser antecipada para 2045), terá de cortar as emissões dos edifícios em 96% nos próximos 28 anos, face a 2005.
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