Gulag é o acrónimo de Glavnoe Upravlenie Lagerei, expressão que, em português, quer dizer Administração Central de Campos. Mas a palavra passou depois a significar «o próprio sistema repressivo soviético», «as detenções, os interrogatórios, o transporte em camionetas de gado sem aquecimento, os trabalhos forçados, a destruição das famílias, os anos passados no exílio interno, as mortes precoces e gratuitas», escreve Anne Applebaum em Gulag: Uma História, o livro recentemente publicado pela Civilização e que venceu o prémio Pulitzer 2004. Com a VISÃO, a jornalista americana fala sobre a realidade dos campos de concentração da antiga União Soviética, iniciados após a revolução de 1917. Baseando-se nos testemunhos de vítimas desconhecidas e de escritores como Alexandr Solzhenitsin e Joseph Brosky, Applebaum quer dar a conhecer uma das maiores atrocidades do século XX. Que nem sempre, defende, aparece na memória da Rússia e do Ocidente.
Anne Applebaum: ‘O Gulag faz parte da nossa história’
Em 2005, por ocasião do lançamento da tradução portuguesa de Gulag: Uma História, a jornalista americana falou à VISÃO sobre a importância do Ocidente conhecer a realidade dos campos soviéticos. Recorde aqui essa entrevista