Ao aceitar tréguas de 60 dias nos combates no Líbano, que arrasaram toda a chefia política e militar do Hezbollah — supostamente mais poderoso e bem armado do que o Hamas — Israel e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu obtiveram uma vitória significativa. O grupo terrorista, inspirado, financiado e armado por Teerão, já sem fôlego, aceitava qualquer coisa para ter uma pausa para se recompor e recuperar. Mas com pesadas condições e vigilância.
Israel alcançou tudo o que pretendia nesta guerra iniciada pelo Hamas, intensificada pelo Hezbollah e instigada pelo Irão. Nenhum dos três — incluindo os Houtis e a Jihad Islâmica na Síria — conseguiu dobrar a determinação nacional israelita ou superar as suas capacidades militares.
Os israelitas nunca se deixarão vencer no campo de batalha, nem em qualquer outro, e o “Nunca Mais!” é um desígnio inabalável do seu mandamento fundacional. Pelo contrário, o grande derrotado foi o Irão, que se arroga do título de potência militar regional, mas cujos mísseis e drones, lançados às centenas, apenas resultaram em fogo de artifício inútil nos céus de Israel.
Teerão percebeu também outra das suas grandes fragilidades nestas guerras modernas: não possui defesas antimísseis e anti-drones fiáveis para proteger as suas instalações mais estratégicas. Além disso, sabe que o armamento israelita é capaz de atingir qualquer alvo no seu país, se necessário.
Há ainda um sinal político que Telavive quer transmitir: aceita tréguas sob vigilância, responde positivamente aos pedidos de países aliados, mas estará sempre preparado para destruir os mandantes e os seus grupos armados, independentemente de onde estiverem.
(A decisão do Tribunal Penal Internacional de considerar o primeiro-ministro israelita e o ex-ministro da Defesa, como criminosos de guerra apenas descredibiliza a instituição. Torna-a vulgar e não respeitada. Não há equivalência legal ou moral, ou de qualquer outro tipo, entre responsáveis políticos democraticamente eleitos — com o dever de defender o seu povo e atacar os seus inimigos — e ditadores ou líderes de grupos terroristas cujo objetivo é massacrar civis e aterrorizar inocentes. O TPI está perdido na sua visível ineficácia. É pena.)
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