Volodymyr Zelensky não se cansa de assegurar que a guerra na Ucrânia terminará em 2025. Não demonstra dúvidas nem hesitações, o que só pode ser explicado por três possibilidades:
- Ceder o território conquistado à Rússia, perder a Crimeia para sempre, renegar tudo o que afirmou e esquecer os milhares de mortos e feridos neste conflito. Esta não será, certamente, a via que Kiev pretende seguir.
- A segunda hipótese é acreditar que Putin está à beira de um colapso interno, algo que já foi mais evidente e quase se concretizou. No final de 2022 e início de 2023, o Kremlin estava sem rumo, tal era a dimensão da derrota e da tragédia militar em que se envolveu. Contudo, ao aproximarmo-nos de 2025, o presidente russo conseguiu assegurar alguns apoios importantes, tanto em armamento como em homens. Putin conseguiu globalizar um conflito que tem o potencial para se transformar numa guerra mundial.
- Zelensky tem um trunfo na manga, que não é Trump. Esse trunfo só pode ser de natureza militar, colocando a Ucrânia numa posição de força para negociar. Por outras palavras, Kiev pode estar a recriar armas nucleares, sem grandes dificuldades no que diz respeito ao conhecimento ou à experiência, e com materiais físseis ao seu alcance. Este alerta já foi dado por Kiev, não há muito tempo, e coincide com o esforço interno de militarização da sua indústria pesada, com apoio externo.
Para além desta terceira hipótese, haverá outra que permita terminar a guerra instantaneamente? O receio que se está a instalar nos aliados da NATO na Europa de Leste não é uma fantasia. Nunca como agora se discutiu e se tornou tão banal a possibilidade do uso de armas nucleares.
Três anos é tempo suficiente para os ucranianos construírem as suas próprias armas nucleares. É importante não esquecer que eles possuem toda a infraestrutura que remonta aos anos 90, quando a URSS desapareceu. As ogivas nucleares foram devolvidas à Rússia – presume-se que todas, embora ninguém possa garantir –, mas os mísseis balísticos e os silos de lançamento equipados permaneceram na Ucrânia, na confusão que marcou o colapso da União Soviética.
O trunfo de Zelensky é poderoso, capaz de acabar com a guerra em 2025, mas só ele, e um punhado de fiéis, poderá decifrar o enigma.
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