Nas europeias de 2019, apenas 3 dos 10,7 milhões de eleitores votaram. Foi um desastre em termos de afluência. No próximo domingo, espera-se que não haja uma repetição desse desinteresse dos portugueses em relação ao Parlamento Europeu. Presume-se que muitos mais irão votar, especialmente considerando a subida do voto antecipado, que também se explica pelos feriados da próxima semana.
Mas não é só isso. Em menos de 60 dias de Governo da AD, o eleitorado, de acordo com as sondagens, valoriza muito o desempenho do primeiro-ministro, Luís Montenegro – que não viveu nenhum estado de graça – e, por tabela, do seu Executivo. Eles estão a governar, a tomar decisões e a resolver problemas. Isso pode-se traduzir em votos, especialmente considerando a campanha de Sebastião Bugalho e seus futuros colegas, o que seria ideal para a segunda fase da política interna.
O primeiro-ministro sabe que não pode perder tempo, caso precise de uma nova maioria para governar. Por isso mesmo, o Presidente da República deseja um acordo para a aprovação do Orçamento do Estado para 2025 antes de qualquer crise política, que pode surgir de todos os lados: do PS e dos partidos à esquerda, com o Chega, ou o oposto, como já se viu.
E convém nunca esquecer que o próprio Governo, bloqueado na Assembleia da República, poderá pedir eleições antecipadas. Mas para isso precisa de manter este desempenho impecável, acima das expectativas, e abertamente empenhado em fazer muito mais. Será esse o momento. Mais cedo do que tarde.
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