Está chegada a hora do primeiro-ministro acertar o passo com o Presidente da República, e em conjunto planearem, cada um à sua medida institucional, os próximos três anos. De Galamba para cá não terminaram os desafios, as respostas, e as contrarrespostas, e isso não é politicamente saudável para um país que está dependente de milhões de fatores que não controla.
O PR e o PM vão retomar a habitual reunião semanal, e essa é a altura para se restabelecer o entendimento que existia entre Belém e S. Bento. O Presidente foi decisivo na ajuda e sobrevivência da geringonça, e até nos percalços do novo Governo de maioria absoluta, e essa relação tem de voltar ao que era. Ou próxima disso.
Nenhum primeiro-ministro governa sem o apoio do PR, e é nas maiorias absolutas que um presidente ganha uma importância maior: passa a ser o único Poder capaz de contrabalançar e travar qualquer excesso político do Governo. A AR é da maioria, e a oposição está fortemente limitada a lançar uns foguetes sem estrondo nem impacto.
O que não dá, obviamente, é ter um PR e um PM com relações tensas, complicadas e quase cortadas. É um exagero, claro, mas essa é a imagem que passa. Não há paciência para desafios e comentários azedos. E tudo isto é tanto mais estranho quanto o PM sempre foi um político pragmático, disponível e adepto da reconciliação. Cabe-lhe, ele sabe isso, dar um passo em direção ao Presidente. Não custa nada. Marcelo não morde.
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