O PR aproveitou a tomada de posse do novo Governo para definir, com meridiana clareza, os principais referenciais a partir dos quais fará a avaliação do próximo executivo. Se é certo que essa avaliação só será consequente em condições muito excecionais (no contexto de uma maioria absoluta, o Presidente não pode usar meias-medidas), vale a pena, ainda assim, reter três ideias essenciais que podem ser úteis para descodificar a relação entre Belém e São Bento ao longo da próxima legislatura.
A primeira dessas ideias, que viria a marcar a semana política, foi a certeza de que o Presidente não aceitará que António Costa abandone o seu mandato para concorrer a um qualquer cargo europeu. Convenhamos que o aviso é claro e pleno de sentido. A ideia de que o PM deve ser autorizado a abandonar um mandato a meio para ir ocupar um cargo internacional porque isso é alegadamente prestigiante para o País é absolutamente paroquial e provinciana. O compromisso de Costa é com os portugueses. Não é com uma qualquer abstrata ideia do prestígio pacóvio do País. Esteve, pois, muito bem Marcelo ao dizer desde já ao que vem e ao recusar repetir com Costa o erro clamoroso que Sampaio cometeu com Durão Barroso (a quem, aliás, o tal prestigiado País nunca perdoou).