O Ministério Público constituiu arguida Luísa Salgueiro, presidente da Câmara Municipal de Matosinhos. Foram feitas buscas na câmara municipal, foi apreendido o telemóvel da autarca e copiado o conteúdo do seu computador. É suspeita de violação das regras de contratação pública, porque não fez um concurso público para a contratação do seu chefe de gabinete.
É mesmo assim: um magistrado do Ministério Público acha que um presidente de câmara não pode contratar uma pessoa da sua confiança para um cargo em que apenas isso está em causa. Pela lógica deste cavalheiro, esperam-se uns milhares de processos similares, já que, como é evidente, não há um único caso de concurso para o posto de chefe de gabinete de detentores de cargos políticos relevantes. Tal é tão absurdo que a tentação é ver isto apenas como um disparate, sem nome, de um qualquer magistrado – mas infelizmente não é assim.