A demografia é um assunto demasiado sério para ser deixado à sorte de discussões avulsas, ainda por cima influenciadas pela retórica populista que explora o medo sobre a imigração. Quanto mais não seja, porque o capital humano e a dimensão da força de trabalho são fundamentais para o desenvolvimento económico de qualquer país. Além de serem ainda absolutamente decisivos, no atual modelo em que vivemos, para a sustentabilidade do Estado social e para o funcionamento de uma série de serviços essenciais, como a Saúde e a Educação.
Grande parte daquilo a que hoje chamamos progresso social assentou numa pirâmide demográfica que já desapareceu nos países desenvolvidos: uma base enorme de população jovem que, através da entrada sucessiva no mercado de trabalho, ia fazendo a economia crescer e, em simultâneo, criar excedentes suficientes para sustentar as reformas dos idosos, no topo mais fino da pirâmide.