Era difícil recusar o convite da Peugeot para conduzir o novo 308 GTi. A marca francesa escolheu a região entre o Douro e o Minho para os ensaios dinâmicos com a nova máquina da Peugeot Sport. O mais recente compacto desportivo da marca francesa tem como principais concorrentes diretos o Renault Mégane RS, Seat Leon Cupra, Honda Type R, Opel Astra OPC e o VW Golf GTI. Desde o lançamento do mítico 205 GTi a Peugeot reforçou a aposta neste segmento com a produção de modelos como o 309 GTi, 405 Mi16, 306 S16, 208 GTi, RCZ, e, agora, o 308 GTi. A versão apimentada do 308 tem a vantagem de permitir transportar a família com relativo conforto e, ao mesmo tempo, proporcionar sensações de condução e adrenalina apenas ao alcance de “pilotos” mais exigentes. O 308 GTi integra um diferencial de deslizamento limitado Torsen, afinações do chassis específicas e o Peugeot í-Cockpit que pode ver como maior detalhe nas fotos e vídeos. Após uma rápida viagem de avião até ao Porto, chegamos ao aeroporto Francisco Sá Carneiro onde está montada uma tenda enorme no parque de estacionamento. A paisagem é magnífica, três dezenas de 308 GTi de diferentes cores (ver fotos). Divididos em “equipas” de dois jornalistas por carro partimos para um percurso de 270 kms entre a cidade do Porto e São Pedro do Sul, com passagem por Entre-os-Rios e chegada ao Palácio do Freixo, junto ao Douro. Conduzimos dezenas de quilómetros em estradas nacionais, paragem em Cinfães para beber um café e passar o volante ao Bernardo Gonzalez, jornalista da Volante TV da SIC Notícias. Os Peugeot 308 GTI estão munidos de jantes de 19 polegadas Carbone, calçadas com pneus Michelin Super Sport. O comportamento no modo NORMAL serve para demonstrar, desde logo, que estamos na presença de um carro de eleição. O Driver SPORT Pack dá ao condutor o prazer de amplificar o ambiente desportivo a bordo. Carregar no botão “SPORT” situado na consola central altera as luzes dos mostradores de branco para vermelho, mostra informações complementares na matriz central (potência, binário, pressão de sobrealimentação, acelerações laterais e longitudinais), ao mesmo tempo que reforça a presença em sonoridade do motor e altera a cartografia do pedal do acelerador. O modelo tira proveito da procura da redução de peso praticada na sua concepção, nomeadamente pelo recurso à plataforma EMP2, ou ao portão traseiro em material compósito e aço de elevada elasticidade. A eficiência da travagem é assegurada por discos de 380 mm à frente, com pinças pintadas de vermelho e assinadas Peugeot Sport, e de 268 mm atrás. O estilo do 308 GTi é musculado, uma plataforma rebaixada em 11 mm face ao 308 “civil”. O habitáculo é, todo ele desportivo. Exclusivo do 308 GTi, a versão Coupe Franche associa o Ultimate ao negro Perla Nera, parte da palete de seis cores adicionais possíveis para o modelo. Costuras vermelhas ornamentam o painel de bordo, os assentos, os forros das portas, o fole da alavanca de mudanças e os tapetes topo de gama. A soleira da porta, com assinatura Peugeot Sport e GTi, é em alumínio, tal como a pedaleira, o repouso para pés e o punho da alavanca de mudanças. No 308 GTi disponível em Portugal (270 CV), a bacquet é revestida a couro e alcântara, ostentando o logótipo Peugeot sport, oferecendo um bom apoio lateral. O pequeno volante compacto primeiro estranha-se, depois entranha-se. É uma questão de hábito, de qualquer forma, a verdade é que nem sempre conseguimos ver bem os manómetros e a velocidade a que circulamos de forma ideal. A direção é bastante direta e precisa.
Adrenalina sempre presente
No segundo dia acordamos cedo, são sete horas da manhã. Tomamos um pequeno-almoço e partimos rapidamente para tentar evitar o trânsito na ponte do Freixo rumo à A3 rumo ao circuito Vasco Sameiro, em Braga. A caravana de 308 GTi não passa despercebida, são muitos os que aproveitam para tirar fotos. Chegamos ao circuito Vasco Sameiro a organização do evento convida-nos para uma breve volta de reconhecimento ao circuito. A pista é técnica mas ao mesmo tempo divertida. Por razões relacionadas com a segurança, os responsáveis da Peugeot decidiram colocar vários pins a meio da reta da meta, a intenção é obrigar os jornalistas a levantar o pé do acelerador e a reduzir a velocidade. É pena, era uma boa oportunidade para explorar o power do 308 GTi. Desta forma não conseguimos confirmar se o carro acelera mesmo dos 0 aos 100 km/h em menos de 6,0 segundos e percorre os 1000 m de arranque em 25,35 segundos, como afirma a marca. São estes os números divulgados oficialmente. O 308 GTi está equipado com o motor 1.6 e-THP com uma potência de 200 kW (270 CV). A Peugeot avança com um valor de consumos médios de 6l/100 km. No meu caso nunca consegui baixar da média dos 9 litros. Colocamos o capacete, o cinto de segurança, ajustamos os espelhos retrovisores e Em pista optei por carregar no botão “SPORT” para explorar o potencial deste chassis e do bloco de 4 cilindros em linha 1.6 e-THP de 270 CV e um binário de 330 Nm. O motor impressiona pela sua disponibilidade, fruto de uma pressão de injecção elevada aos 200 bar. O motor mostra-se sempre cheio em qualquer regime e em permanência, sendo quase constante o nível de potência até ao corte, às 6500 rpm. O comportamento em curva e o conforto em pista deixam-me surpreendido pela positiva. É um carro de pista que permite andar em estrada com conforto. Um verdadeiro dois em um! Procurei desenhar as trajetórias de forma a rodar com rapidez sem estragar o material. O 308 GTi segura-se que é uma maravilha. Durante muitos anos fiz corridas de karting de resistência onde aprendi a conduzir mais depressa e com o piso molhado. Uma excelente escola que, ainda hoje, é a base do meu estilo de condução, tanto em circuito como no dia-a-dia. O 308 GTi curva na perfeição. A utilização certa da caixa de velocidades é fundamental para explorar todas as potencialidades deste desportivo.