
Nenhum agente corante produz um preto perfeito: os pretos ou são azulados ou são avermelhados, frios ou quentes. O preto absorve a luz e nenhum tinto ou corante consegue alcançar a absorção total. Tradicionalmente, os pretos naturais eram obtidos através da mistura de um vermelho acastanhado muito escuro com um azul igualmente escuro.
No século XVIII esta cor ganha uma nova vida tendo como base o indigo associado à hematoxilina, substância corante extraída de uma árvore oriunda da América Central, o campeche ou o sumagre, pó que se obtém pela trituração das folhas secas, casca e flores da planta com o mesmo nome. A partir do século XIX, devido à sua conotação com uma certa moralidade e modéstia, o vestuário preto torna se uma espécie de uniforme entre várias classes profissionais: clérigos, professores, juízes, médicos ou pessoal doméstico, todos o usam.
Para as mulheres, o seu uso estava estritamente reservado ao período de luto e, durante a era vitoriana, a própria Rainha Vitória, aquando da sua viuvez em 1861, ajudou a popularizar a cor, usando a até ao fim dos seus dias. Antes de 1920 era considerado de mau gosto usá-la fora deste contexto (exemplo disso foi o quadro de John Singer Sargent, Madame X, datado de 1884,onde Virginie Gautreau é retratada envergando um magnífico vestido de cetim negro com uma alça caída. O escândalo que causou foi tal que a reputação do pintor enquanto retratista da alta sociedade europeia e americana foi seriamente posta em causa e ele chegou a afirmar que nunca mais pintaria…felizmente mudou de ideias.)
Com o avançar do tempo, o preto vai adquirindo uma crescente sofisticação, os dandies adotam-no, especialmente à noite (sobrecasaca ou smoking) e as mulheres começam a usá-lo em sedas brilhantes e sumptuosas. Com idas e vindas, esta tendência mantém-se até hoje e, ao longo do tempo, o preto tornou-se na cor eleita de muitos artistas, designers e músicos como uma afirmação de individualidade, diferença ou rebeldia. Cor associada ao mistério, à sedução e à noite, bem-vindas a esta edição Noir…

Produtos que gostamos de usar
*ILA Body Scryb for Energising and Detoxifying
*ILA Bath Oil for Glowing Radiance
*Be slim Bustlift (lifting busto efeito volume)
*Sulwhasoo Snowise EX Brightening Mask
*Votary Cleansing oil Rose Gerasnium and Apricot (rosa, gerânio e pêssego)
*Votary facial oil
*Clarins Doux Exfoliant lotion de clarté
*Vichy Aqualia Thermal Serum
*YSL Full metal shadows in Taupe Drop e Onde Sable
*Lanolips Lemond Aid(exfoliante e hidratante dos lábios)
Noites de festa


Estamos aqui para sugerir–lhe uma noite perfeita. Uma noite perfeita é uma noite em que faz exatamente o que sente.
Por isso, sinta o que quer.
Olhe–se ao espelho e sinta–se bela!
A casa de banho é o seu reino.
Acenda uma vela que lhe traga uma memória agradável, ponha a tocar a sua playlist preferida e comece a encher a banheira. (You know the drill)
Escolha o tratamento que melhor se adapte ao seu estado de espírito. Pode ser uma máscara de rosto que lhe porá a pele radiosa ou simplesmente um copo de champanhe.
E relaxe.
Dê–se ao luxo de se mimar com cheiros, óleos essenciais e todo o tipo de cuidados que a fizerem sentir-se especial.
Seja espontânea na escolha da maquilhagem para a noite, muitas vezes a nossa cara mostra-nos o que melhor nos fica.
Sugiro que não complique antes de praticar.
Se teve o cuidado de tratar a sua pele como ela merece, tem agora uma base perfeita para a maquilhagem, pele radiante que reflete a luz, dando-lhe um ar juvenil, fresco e atual.
Use o mínimo possível de base e, de preferência, misture–a com um pouco de hidratante, deste modo mantém algum poder de cobertura mas não lhe dará um aspeto de “máscara”.
Para corrigir imperfeições utilize um corretor da cor da sua pele, aqui sim, escolha um produto com poder de cobertura porque vai aplicá–lo em traços cirúrgicos só mesmo onde for necessário. Esqueça o mito do corretor mais claro, prefira um tom idêntico ao da sua pele. (No caso de olheiras problemáticas por exemplo, um corretor mais claro vai apenas torná–las cinzentas.)
Como conseguir os melhores olhos esfumados?
Comece por delinear os olhos com um lápis preto. Não tenha medo de experimentar o que acha que lhe fica melhor.
Pode pôr o risco preto em cima e em baixo ou, como eu gosto de fazer, em vez de preto aplicar dentro do olho azul claro ou verde água.
Depois de delinear os olhos, escolha uma sombra para a noite, use um verde metalizado se tem olhos castanhos ou avelã, ou cor de ameixa com acabamento metálico se tem olhos verdes. Um preto com purpurina também é uma ótima escolha.
Lembre-se que pode sempre corrigir qualquer erro com um cotonete, por isso ponha a cor de maneira que se veja!
Como o rosto não está sobrecarregado de maquilhagem e não tem um aspeto baço, experimente pôr a sombra na pálpebra inteira.
Use purpurina (aplique –a com um cotonete húmido, colando–a por cima da sombra).
Aplique iluminador em creme, com ou sem cor, por cima das maçãs do rosto, um dedo abaixo dos olhos. O ‘contour’ é conseguido através da criação de profundidade, usando um tom ligeiramente mais escuro do que o seu tom de pele. O seu bronzer pode ter esta função e ser usado como um pó de contorno desde que não tenha nenhum brilho. Aplique-o por baixo das maçãs do rosto para esculpi-las.
Finalize com um blush, pêssego ou coral, sobre as maçãs do rosto.
Com um pincel largo aplique o mesmo iluminador que utilizou no rosto na zona das clavículas.
E voilà, está maquilhada como uma Pro!
Recomendo perfumes em creme para noites de festa porque espalham o cheiro pelo corpo todo e não só nos pontos estratégicos.
MUSAS
Michele Lamy

Feiticeira pós–moderna, grande excêntrica, sacerdotisa gótica saída de um conto das “Mil e Uma Noites”, a mulher que nos inspirou esta edição Noir é tudo isto e muito mais. Diretora criativa, musa e mulher do designer californiano (radicado em Paris) Rick Owens, Michele Lamy é uma mulher de múltiplos talentos com uma história de vida quase tão singular como a sua aparência.
Verdadeira nómada e avessa a convenções, troca uma breve carreira de advogada por uma existência boémia onde, entre outras coisas, foi stripper. Aluna de Gilles Deleuze durante os anos em que frequentou a universidade, considera esta como uma experiência “fundamental” na sua formação.
Torna–se designer de acessórios e entretanto parte para Nova Iorque “sem saber à procura de quê, apenas seguindo o instinto”. Vive nesta cidade durante algum tempo, até que se muda para Los Angeles onde abre um restaurante–cabaret “Les Deux Cafes” e conhece Rick Owens, um encontro decisivo para ambos. Voltam para Paris onde desenvolvem a marca Rick Owens, sendo ela a força motriz por detrás do criador.
Mãos tatuadas com desenhos de inspiração berbere, dentes forrados de ouro, um traço grosso de lápis negro no meio da testa (“é a primeira coisa que faço todos os dias, sem ele a minha cabeça não funciona!”), braços cobertos de pulseiras enormes e dedos cheios de anéis (“todos presentes de amigos”) são a sua imagem de marca e alguns dos elementos que a tornam tão única. Rick chama-lhe “ma belle sorcière personelle”, qualquer coisa como, a minha bela feiticeira pessoal… Percebe-se porquê.
Espírito sonhador e simultaneamente prático, Michele afirma na sua voz rouca e pausada:“Sempre segui o meu instinto, nunca tive medo de nada, sempre tive confiança!”
E porque não?…
Nestas noites de festa que se aproximam usar laços de veludo ou cetim, redes no cabelo, jóias, plumas, tudo o que lhe apetecer…
