A frase “I can’t believe I still have to protest this shit” (Eu não acredito que ainda tenho de protestar contra esta m…) vê-se amiúde nas manifestações de mulheres, é título de livro e produto de merchandising, de pins a t-shirts. Resume perfeitamente o limite da paciência a que se chegou neste primeiro quarto do século XXI quando, por toda a parte no mundo ocidental, se levantam as forças que querem empurrar-nos de volta aos tempos passados. E, no entanto, ainda “ontem” as mulheres eram consideradas inaptas para votar, quanto mais para ter autonomia sobre o seu corpo para decidir ter ou não um filho.
Adriana Smith, uma enfermeira de 30 anos, está em morte cerebral desde fevereiro, no estado norte-americano da Georgia. A situação é irreversível, mas no momento da morte Adriana estava grávida de oito semanas e a família não foi tida nem achada na decisão de a manter ligada às máquinas, como incubadora do feto. A lei proíbe o aborto a partir do momento em que se deteta atividade cardíaca no feto – pelos vistos, mesmo em caso de morte da mãe.