Paris, 22 fev (Lusa) – Quase dois meses após o ataque que dizimou a redação do Charlie Hebdo, em Paris, a publicação regressa aos quiosques esta quarta-feira, “independentemente das ameaças que pairam sobre o jornal”, disse à Lusa Corinne Rey, sobrevivente do ataque de 7 de janeiro.
Em entrevista à Lusa por telefone, a desenhadora conhecida como “Coco” explicou que os colaboradores do Charlie Hebdo estão “sob proteção” [policial] e lembrou que “as ameaças contra Zineb El Rhazoui, contra Riss e contra o próprio jornal continuam presentes” mas insistiu na necessidade de “não ceder ao medo”.
“Não estávamos preparados para este tipo de acontecimento, não é humano. O que nós vivemos deixa-nos um pouco céticos, mas não vai impedir a liberdade de expressão porque o que eles queriam era calar-nos. Digo não ao medo. Claro que isso não trava a angústia porque vivemos um choque traumático. Porém, não temos medo”, descreveu.