SAIBA MAIS:
– A VISÃO oferece Cândido ou o Optimismo, de Voltaire
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“Uma verdadeira obra-prima.” É assim que a escritora Isabel Alçada classifica Cândido, ou o Optimismo, de Voltaire, “uma história fantasista, cheia de humor e peripécias rocambolescas, que ganham sentido quando o leitor se apercebe de que Voltaire usou a narrativa e as diferentes personagens para apresentar de forma subtil, mas com bastante crueza, alguns dos acontecimentos mais terríveis do seu tempo, para parodiar alguns dos hábitos mais abjetos dos vários grupos sociais, sobretudo os dos mais poderosos, para expor as contradições das crenças religiosas ou das convicções filosóficas mais prestigiadas pela elite do seu tempo”.
Conta que leu o livro pela primeira vez no ensino secundário, recomendado pelo professor de Francês. “Falou imenso sobre Voltaire e sobre as mensagens filosóficas do livro, mas não leu na aula nenhuma passagem que captasse o interesse de pessoas da minha idade”, conta, agora, convicta de que o livro “ganhou justamente o estatuto de ‘clássico’”. “Os episódios sucedem-se a um ritmo alucinante, com a viagem de Cândido a arrastar o leitor para cidades reais, como a Lisboa do dia do terramoto, ou lugares míticos, como o El Dorado dos colonizadores espanhóis na América do Sul. Os pormenores que surgem a cada página espicaçam a curiosidade de quem conhece ou de quem não conhece a época”, continua, sublinhando ainda o humor que atravessa toda a narrativa: “É uma obra que nos diverte e questiona, porque suscita a reflexão sobre a natureza moral humana.”