Sob o mote “Cultura portuguesa a dar o salto”, a terceira edição do evento Trampolim Gerador pretende proporcionar “uma experiência de descoberta cultural e artística” na Mouraria, disse à agência Lusa o mentor do projeto, Miguel Bica.
A iniciativa realiza-se no sábado, dia 14, das 15h à meia-noite.
“A ideia é que as pessoas tenham uma experiência múltipla”, através de “um conjunto muito grande de iniciativas, de um leque muito eclético”, reforçou o responsável.
O Trampolim Gerador na Mouraria vai ter atividades a decorrerem em mais de 30 espaços diferentes deste bairro de Lisboa, desde o famoso Largo da Severa à Igreja da Nossa Senhora do Socorro, passando pelo Zé da Mouraria ou pelo Chinês Clandestino, até ao Edifício do Inatel.
O desafio da descoberta prende-se com a ideia de que “em cada esquina pode estar uma exposição interessante ou uma pessoa a fazer arte urbana, ou um ilustrador a fazer banda desenhada, ou um poeta a declamar poemas, ou um teatro numa varanda de um restaurante chinês ou numa garagem, ou um ciclo de cinema num ginásio”, explicou Miguel Bica.
O Trampolim Gerador visa “democratizar e descodificar aquilo que é cultural e trabalhar a cultura como identidade portuguesa”, afirmou o mentor do projeto, considerando que todos os cidadãos devem ter acesso à cultura, uma palavra que tem que perder o elitismo que lhe está associado.
De acordo com Miguel Bica, o bairro da Mouraria é a maior expressão da multiculturalidade na cidade de Lisboa, com “uma mistura cultural de muitos sítios do mundo”, apresentando-se com o “palco perfeito” para receber “mais de 150 artistas, da Mouraria e do país inteiro”.
Durante toda a tarde de 14 de maio, o Trampolim Gerador vai ter “música, performances ao vivo, teatro, fotografia, arte urbana, artes plásticas, oficinas, cinema, gastronomia, visitas guiadas e muito humor, pela mão de vários artistas convidados e com um amplo envolvimento da comunidade local”.
Entre os destaques na programação do evento encontram-se o concerto intimista de JP Simões na escadaria do Largo do João do Outeiro, o funaná dos Celeste/Mariposa, o espetáculo de teatro “Escuridão Bonita” às escuras numa garagem, assim como a poesia na Igreja Nossa Senhora do Socorro, com Carla Chambel, Vicente Alves do Ó e Filomena Cautela.
Miguel Bica disse que o objetivo “é que seja um evento para todos”, com atividades para crianças, jovens e adultos.
“O Trampolim Gerador está feito para se modificar e para se deixar absorver pelo espaço que o acolhe”, afirmou o mentor do evento, referindo que o projeto começou com uma edição zero no Largo de São Paulo, depois realizou a primeira edição na Praça das Flores, saltando depois para a segunda edição no Príncipe Real.
O objetivo é realizarem-se duas edições do Trampolim Gerador por ano, saltando de um sítio para o outro em cada edição. Está, por isso, a ser “cozinhada” a quarta edição, que será também este ano, após a visita pelo bairro da Mouraria.
A organização do evento cabe ao Gerador, plataforma de ação e comunicação para a cultura portuguesa que promove autores e entidades ligadas à arte, ao cinema, à literatura, à banda desenhada, aos costumes populares e aos ofícios nacionais.