O mercado imobiliário movimenta milhões de euros atraindo também milhares de consultores, uma dinâmica que acarreta muita concorrência entre as empresas do setor. Para se destacar nesta corrida pela angariação de clientes, a consultora Imovendo resolveu apostar na diferenciação através do valor que recebe pelos seus serviços – não cobra uma comissão percentual sobre o imóvel (que pode chegar aos 5% em algumas redes) mas uma quantia fixa independentemente do custo do imóvel – 4.500 euros (IVA incluído). Uma diferenciação que parece estar a surtir efeito com a consultora a garantir que neste ano, os proprietários que utilizaram a plataforma pouparam já mais de €2 milhões em comissões imobiliárias.
“Na Imovendo angariamos imóveis, fazemos a sua promoção, agendamos visitas, trabalhamos com advogados, tratamos de toda a parte processual mas são os proprietários que recebem os potenciais compradores e mostram a sua casa, Isto permite reduzir os nossos custos, por um lado e garantir uma maior rentabilidade aos proprietários, por outro lado”, diz Miguel Mascarenhas, CEO da Imovendo.
E dá um exemplo: “Num imóvel à venda por 200 mil euros, a comissão numa imobiliária típica I- que ronda os 5% mais IVA – daria cerca de 12.300 euros. Ou seja, o proprietário da casa acaba por receber no final apenas 187.700 euros, já deduzindo essa comissão. Com uma comissão fixa de 4.500 euros, o vendedor acaba por encaixar 195.500 euros”, afiança o CEO da Imovendo, acrescentando que a empresa é uma “espécie de Easy.Jet do imobiliário”.

Com cerca de 80% de clientes nacionais e os restantes estrangeiros (principalmente brasileiros e angolanos), a Imovendo tem vindo a atrair clientes de norte a sul do país, somando mais de 120 imóveis angariados. Mas a sua principal área de atuação está concentrada na região da grande Lisboa até Setúbal.
“A pandemia e a possibilidade do teletrabalho estimularam uma procura interessante pelas periferias que hoje nada têm a ver com a realidade que existia há 20 anos ou mais, em que muitas destas zonas eram até mal vistas”, sublinha o responsável, lembrando não só o aprimoramento das localidades mas também do sistema de transportes com ligação à capital.
“A verdade é que a pandemia levou muitas famílias a mudar de casa vendendo os seus imóveis na cidade e adquirindo casas com mais espaço fora de Lisboa”, um movimento que se manteve a bom ritmo nos primeiros nove meses do ano. “Este último trimestre, porém, já se nota alguma desaceleração da procura face às subidas das taxas Euribor”, admite ainda o responsável. Uma tendência que poderá manter-se nos próximos tempos e que poderá causar alguma correção nos preços, pesando assim, ainda mais, a escolha criteriosa da consultora envolvida na transação.